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DA TRIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 22-4-2009.
Aos
vinte e dois dias do mês de abril do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Nelcir Tessaro, Nilo Santos,
Reginaldo Pujol e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo,
Beto Moesch, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte,
Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Juliana Brizola, Lucio Barcelos, Marcello
Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Mauro
Zacher, Paulinho Ruben Berta, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni
Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pela
Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 323/07 (Processo nº 9850/07) e, pelo Vereador João
Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 064/09 (Processo nº 1623/09).
Também, foram apregoados os Ofícios nos 258 e 276/09, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando os Projetos de Lei do
Executivo nos 009 e 010/09 (Processos nos 1870 e 1885/09,
respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/n°, da Deputada Federal
Manuela d’Ávila; Ofícios nos 018/09, do Deputado Estadual Heitor
Schuch; 10253274 e 10254186/09, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde.
A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação,
foram aprovados os Requerimentos nos 050 e 051/09. Na oportunidade,
em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca da tramitação, neste Legislativo, de
Requerimentos relativos a homenagens e concessão de títulos e premiações pelos
Senhores Vereadores. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador
Pedro Ruas, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia
de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente
Lucio Barcelos, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do
Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Também, foram apregoados os
seguintes Requerimentos: de autoria do Vereador Elias Vidal, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde do dia de hoje ao dia vinte e seis de abril do
corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança a Suplente
Maristela Maffei, do dia de hoje ao dia vinte e quatro de abril do corrente,
informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças,
Orçamento e do MERCOSUL; de autoria do Vereador Mario Manfro, Vice-Líder da
Bancada do PSDB, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento,
Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador Luiz Braz no dia de hoje,
tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Claudio
Sebenelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e
Justiça. Ainda, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo
Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo: de nº 018/09, de autoria do Vereador Marcello Chiodo, no dia vinte
e cinco de abril do corrente, no III Fórum Integrando Meio Ambiente à Vida, a
ser realizado na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em
Porto Alegre, e de nº 026/09, de autoria da Vereadora Maria Celeste, no dia de
amanhã, na Audiência Pública para debate sobre o problema de saúde, segurança e
educação públicas que constitui a dependência de drogas, especialmente a
dependência com relação ao “crack”, a ser realizada pela Comissão de Serviços
Públicos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto
Alegre. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que se ausentaria durante a
presente Sessão para representar este Legislativo na solenidade de lançamento
da pedra fundamental da Planta de Eteno Verde, da Braskem, no Polo Petroquímico
de Triunfo – RS. A seguir, o Senhor Luiz Afonso de Melo Peres, Diretor
Legislativo desta Casa, procedeu à leitura do Termo de Posse do Vereador Adeli
Sell no cargo de Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em face de
representação externa do Vereador Sebastião Melo, a ocorrer nos dias vinte e
três e vinte e quatro de abril do corrente. Também, foram apregoadas as
seguintes Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/08: de nº
03, de autoria da Vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT; de nº 04, de
autoria dos Vereadores Paulinho Ruben Berta, Líder da Bancada do PPS, Waldir
Canal, Líder da Bancada do PRB, Engenheiro Comassetto, 1º Vice-Líder da Bancada
do PT, Alceu Brasinha, 1º Vice-Líder da Bancada do PTB, João Pancinha, 1º Vice-Líder
da Bancada do PMDB, e Nelcir Tessaro; de nº 05, de autoria do Vereador
Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM, e da Vereadora Maristela Maffei; de
nº 06, de autoria do Vereador Valter Nagelstein, Líder do Governo; de nº 07, de
autoria dos Vereadores Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, Engenheiro
Comassetto e Mauro Pinheiro, respectivamente 1º e 2º Vice-Líderes da Bancada do
PT, Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Lucio Barcelos e Sofia Cavedon; e de nº
08, de autoria dos Vereadores Engenheiro Comassetto, 1º Vice-Líder da Bancada
do PT, Nilo Santos, Líder da Bancada do PTB, Reginaldo Pujol, Líder da Bancada
do DEM, Fernanda Melchionna, 1ª Vice-Líder da Bancada do PSOL, Paulinho Ruben
Berta, 1º Vice-Líder da Bancada do PPS, e Toni Proença. Ainda, foram aprovados
os seguintes Requerimentos, solicitando dispensa do envio de Emendas apostas ao
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/08 à apreciação de Comissões
Permanentes: de autoria da Vereadora Maria Celeste, com referência às Emendas nos
03, 04 e 07; de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, com referência à Emenda nº
05; de autoria do Vereador Valter Nagelstein, com referência à Emenda nº 06; e
de autoria do Vereador Engenheiro Comassetto, com referência à Emenda nº 08.
Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos, solicitando votações em
destaque de Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
015/08: de autoria da Vereadora Maria Celeste, com referência às Emendas nos
03, 04 e 07, e de autoria do Vereador Engenheiro Comassetto, com referência à
Emenda nº 08. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 015/08 e as Emendas apostas, após terem sido
discutidos pelos Vereadores Carlos Todeschini, Maristela Maffei, Adeli Sell, Toni
Proença, Paulinho Ruben Berta, Mauro Zacher, Ervino Besson, Nelcir Tessaro, Dr.
Thiago Duarte, Juliana Brizola, Nilo Santos, Mauro Pinheiro, Haroldo de Souza,
Fernanda Melchionna, Airto Ferronato, DJ Cassiá, Engenheiro Comassetto, Dr. Raul,
Sofia Cavedon, Aldacir José Oliboni, Lucio Barcelos, Beto Moesch, Valter
Nagelstein, João Pancinha e Maria Celeste e encaminhados à votação pelos
Vereadores Reginaldo Pujol, João Antonio Dib, Waldir Canal e Valter Nagelstein.
Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 03, aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 015/08, por onze votos SIM e vinte e dois votos
NÃO, após ser encaminhada à votação pela Vereadora Maria Celeste, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, Lucio Barcelos, Maria Celeste, Mauro Pinheiro,
Nelcir Tessaro e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Haroldo
de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola,
Marcello Chiodo, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Nilo Santos,
Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença,
Valter Nagelstein e Waldir Canal. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda
nº 04, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/08, por vinte
e seis votos SIM e seis votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador
Engenheiro Comassetto, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de
Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Juliana Brizola, Lucio
Barcelos, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro,
Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo
Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e
Waldir Canal e Não os Vereadores Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Mario Manfro. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 07, aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 015/08, por oito votos SIM e vinte e três votos
NÃO, após ser encaminhada à votação pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela
Maffei e pelos Vereadores Valter Nagelstein, Engenheiro Comassetto, Airto Ferronato
e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de
Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, Lucio Barcelos, Maria Celeste, Mauro Pinheiro
e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Beto
Moesch, Claudio Sebenelo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Marcello
Chiodo, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo
Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença
e Valter Nagelstein. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 08, aposta
ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/08, por dezesseis votos SIM
e quinze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de
Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José
Oliboni, DJ Cassiá, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Lucio Barcelos,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos,
Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Toni Proença e Não os
Vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Dr. Thiago
Duarte, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha,
Juliana Brizola, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher, Tarciso Flecha
Negra e Valter Nagelstein. Foram aprovadas as Emendas nos 01 e 05,
apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/08. Foi aprovada a
Emenda nº 06, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/08, por
trinta e um votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de
Souza, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr.
Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Lucio
Barcelos, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro
Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol,
Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir
Canal. Foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/08, por
trinta e dois votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de
Souza, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr.
Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana Brizola, Lucio
Barcelos, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mario Manfro, Maristela Maffei, Mauro
Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter
Nagelstein e Waldir Canal. Na oportunidade, a Vereadora Sofia Cavedon formulou
Requerimento verbal, solicitando a renovação de votação da Emenda nº 08, aposta
ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 015/08, tendo o Senhor
Presidente determinado que esse Requerimento fosse formalizado por escrito.
Também, o Senhor Presidente registrou que, na Sessão Ordinária de amanhã,
durante o período de Comunicações, será realizado debate sobre o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 007/07. Durante a apreciação do Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 015/08, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
acerca da tramitação dessa matéria na Casa. Ainda, foram registradas as presenças,
neste Plenário, de representantes da Cooperativa Habitacional Santo Antonio e
Moradas da Colina, Loteamento Quinta do Portal, Cooperativa Habitacional 4 de Junho,
Vila 1º de Maio, Loteamento Stella Mar, Vilas Pitinga I e II, Condomínio
Mariante, Sertão I e II, Primavera, Pitangueira, Beco do Jesuíno, do Beco do
Sabino, Beco do Pradinho, Beco do Stringuini, Loteamento Omar Pereira, Portal
dos Pinheiros, Estrada João Passuelo, Loteamento Luiz Guazzeli, Parque Agrícola
Albion, Beco do Paladino, Beco Cecílio Monza, Avenida Lami, Cootepa, Clara
Nunes, Comnbel, Cooperativa dos Moradores da Colina do Prado, Beco do Arthur,
Vila Topázio, Lydia Sperb, Associação dos Moradores da Vila Chocolatão, Associação
Comunitária Vila Margarita, Associação de Moradores do Jardim Vale das
Figueiras, Associação Comunitária Núcleo Esperança, Cooperativa Habitacional
Cidade Nova, Associação de Moradores da Vila Recreio da Divisa, Associação de
Moradores Mangue Seco, Conselho
Municipal de Acesso a Terra e Habitação – COMATHAB, Cooperativa Nossa Senhora das Graças do
Lami, Movimento Popular Jardim Carvalho, Associação Comunitária Rincão das
Flores e comunidade Dom Pedro, do Eixo da Baltazar. Também, foi registrada a
presença, neste Plenário, do Senhor José Freitas, Suplente da Bancada do PRB.
Na ocasião, o Senhor Presidente convidou todos para o Seminário “Vinte Anos do
Orçamento Participativo”, programado pela Escola do Legislativo Julieta
Battistioli para o dia vinte e cinco de abril do corrente, nesta Casa. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº
052/08, após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol. A seguir, o Senhor
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
1ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 039, 052,
058, 061 e 013/09, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, pronunciaram-se o Vereador Alceu Brasinha e a Vereadora Fernanda Melchionna.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se o Vereador Lucio
Barcelos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Dr. Thiago Duarte.
Às dezoito horas e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, em
verificação solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária
de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados pelo Vereador Nelcir Tessaro. Do
que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, passamos à
Hoje, por acordo entre Mesa e Lideranças, a Ordem
do Dia tratará do PLCE nº 015/08, que é o Projeto das AEIS - Áreas Especiais de
Interesse Social - em 29 comunidades.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 050/09 – (Proc. Nº 1733/09 – Ver. Beto Moesch) – requer a
realização de Sessão Solene no dia 25 de agosto, às 19 horas, destinada a assinalar
o transcurso do 68º aniversário do Sindicato da Indústria Gráfica do RS –
SINDIGRAF e do 42º aniversário da Associação Brasileira da Indústria Gráfica do
RS - ABIGRAF.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 050/09, de autoria do Ver. Beto Moesch,
solicitando realização de Sessão Solene, no dia 25 de agosto, às 19h, destinada
a assinalar o transcurso do 68º aniversário do Sindicato da Indústria Gráfica
do Rio Grande do Sul - Sindigraf - e do 42º aniversário da Associação Brasileira
da Indústria Gráfica - Abigraf. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 051/09 – (Proc. Nº 1734/09 – Ver. Beto Moesch) – requer seja o
período de Comunicações do dia 29 de junho destinado a assinalar o transcurso
do 185º aniversário da Imigração Alemã no Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento nº 051/09, também de autoria do Ver. Beto
Moesch, solicitando que o período de Comunicações do dia 29 de junho seja
destinado a assinalar o transcurso dos 185 anos da imigração alemã no Brasil.
(Pausa.)
O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pela agilidade com que V. Exª está colocando em votação,
pressupõe-se que estejam satisfeitos os requisitos que a matéria comporta, que
esteja dentro da cota, etc. Eu voto favoravelmente, se estiver dentro da cota,
caso contrário, voto contra.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Reginaldo Pujol, na verdade, trata-se de dois Requerimentos de
Vereador. Esses processos vêm à votação quando são preenchidos os requisitos da
cota do Vereador; não é da Mesa Diretora. Esta é a regra! Acompanhado sempre
pela Diretoria Legislativa dessa forma. Agradeço.
Em votação o Requerimento nº 051/09, de autoria do
Ver. Beto Moesch. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Pedro Ruas
solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia 22 de abril. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
A Mesa declara
empossado o Suplente, Ver. Lucio Barcelos, nos termos regimentais, que
integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana - CEDECONDH.
Sei que talvez nem
todas as comunidades estejam presentes neste momento, na medida em que muitas
ainda estão em deslocamento, mas quero saudar aqui a Cooperativa Habitacional
Santo Antônio e Moradas da Colina; o Loteamento Quinta do Portal; a Comunidade
Habitacional 4 de junho; a Vila 1º de Maio; o Loteamento Stella Mar; a Vila
Pitinga I e II; Condomínio Mariante; Sertão I e II; Primavera: Pitangueira;
Beco do Jesuíno; Beco do Sabino; Beco do Pradinho; Beco do Stringuini; Loteamento
Omar Pereira; Portal dos Pinheiros; Estrada João Passuelo e Loteamento Luiz
Guazzeli; Parque Agrícola Albion; Beco do Paladino; Beco Cecílio Monza; Avenida
Lami nº 3.280 e 3.500; Cootepa; Clara Nunes; Comnbel; Cooperativa dos Moradores
da Colina do Prado; Beco do Arthur; Vila Topázio; Lídia Sperb. Muitas dessas
comunidades encontram-se a caminho da Câmara Municipal, atendendo a nosso
convite.
Quero dizer que se
trata de um Projeto do Executivo que foi enviado a esta Casa em
outubro do ano passado pelo então Prefeito em Exercício, Eliseu Santos. Esse
Processo tramitou nas Comissões Temáticas da Casa. A Presidência da Casa
recebeu, inicialmente, uma comissão de umas nove comunidades; depois estendeu
essa reunião com todas as comunidades, juntamente com 17 Vereadores. Eu quero
dizer que esta matéria está exatamente vindo à votação, hoje, fruto desse
acordo - de forma coletiva - da CUTHAB, da Presidência da Casa, da CEDECONDH,
da Comissão de Habitação, da Comissão de Economia e Finanças, mas, acima de tudo,
majoritariamente, um acordo feito pela CECE, pela Comissão de Saúde e por todas
as Comissões da Casa, com a Presidência da Casa, e pela maioria dos Vereadores.
Então, quero agradecer a presença de cada um dos senhores e dizer que são muito
bem-vindos. O controle social é o que há de mais rico na nossa Cidade, e, com
toda a certeza, a participação dos senhores foi positiva para que esta matéria
estivesse na ordem de votação de hoje.
Apregoo Licença para
Tratamento de Saúde do Ver. Elias Vidal de hoje até o dia 26 de abril. A Mesa
declara empossada a sua Suplente, Verª Maristela Maffei, que ocupará o cargo do
dia 22 a 24 de abril, nos termos regimentais, e integrará a Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul. Seja muito bem-vinda sempre à Vereança
da nossa Casa, Verª Maristela.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. Nº 6118/08 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 015/08, que
altera os limites de Macrozonas e Subunidades, cria Subunidades e institui
Áreas Especiais de Interesse Social – AEIS II, para fins de regularização de
loteamentos irregulares e clandestinos, e dá outras providências. Com Emenda
nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice
de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Engenheiro Comassetto: pela aprovação do Projeto
e da Emenda nº 02 e pela rejeição da Emenda nº 01;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Toni Proença: pela aprovação do Projeto e
rejeição da Emenda nº 01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, I, da LOM;
-
retirada a Emenda nº 02;
- incluído na Ordem do
Dia em 22-04-09.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o
PLCE nº 015/08. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir o PLCE nº 015/08.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
comunidades aqui representadas que buscam, nesta tarde, a inclusão na Lei das
AEIS - Áreas Especiais de Interesse Social -; aos que nos assistem pela
TVCâmara; aos que nos ouvem pela Rádio e demais presentes, a nossa calorosa
saudação. Sem dúvida, nós enfrentamos um problema grandioso e que, por muitas
vezes, fugiu da esfera da autoridade dos tomadores de decisão, que foi o
processo migratório que se deu no Brasil.
Hoje, 86% da população brasileira vive nas cidades.
Isso acontece em todo o Terceiro Mundo, mas não é aceitável que num País como o
Brasil, de uma dimensão continental, com farta quantidade de terra, de água,
com um clima adequado, nós tenhamos tanta gente nas cidades, enquanto o
Interior tenha carência de gente, com grandes vazios urbanos. Grande parte das
pessoas veio para as cidades, porque busca ali um meio de sobrevivência.
Infelizmente, no passado, os governos em geral não cuidaram de dar condições de
sustentabilidade e melhores condições de vida, e, ao mesmo tempo, inclusive,
por políticas determinadas, promoveram o êxodo rural, amontoando pessoas nas
cidades. Isso fez com que muitas vilas surgissem através do processo de
ocupação, porque, em última instância, a forma de sobrevivência, de morar, de
criar e cuidar da família, dos filhos, foi fazendo ocupações diárias. Foram
áreas públicas, áreas verdes, áreas privadas, áreas de todas as naturezas,
muitas vezes, e áreas de risco também.
Então, nós enfrentamos uma grande distorção, porque
as políticas, direta ou indiretamente, empurraram as pessoas para a
sub-habitação, para as ocupações, para encontrar, dessa forma, os meios de
sobrevivência. Em Porto Alegre, nós temos
cerca de 800 vilas irregulares, e hoje nós temos um projeto aqui que propõe a
inclusão do benefício de AEIS - Áreas Especiais de Interesse Social - para 29
dessas comunidades irregulares.
Nós
estamos aqui produzindo, em acordo com as Bancadas, a inclusão de mais algumas,
porque elas são a extensão de uma tábua de salvação para situações urgentes,
inclusive que requerem a intervenção do Poder Público, do Poder Executivo, do
DEMHAB e desta Câmara. Isso dará uma possibilidade de segurança e de perenidade
aos assentamentos, ou seja, de permanência nesses assentamentos, nessas vilas
que estão sendo propostas. Mas, ainda que elogiável, já que essas 29
comunidades serão contempladas pela lei, esta medida é completamente
insuficiente ante as 800 que ainda necessitam de regularização. Essa deve ser
uma política geral, que dê condições de legalidade para que essas comunidades
possam ter o conforto e a consciência de que onde estão, permanecerão, e de que
poderão - muitas que ainda não recebem infraestrutura regular como
pavimentação, água, esgoto, iluminação pública, saúde, ter seu endereço e
demais serviços -, ser contempladas.
Portanto,
nós vamos apoiar esta proposta, este projeto que está em Pauta, mas ele tem que
ser ampliado, porque por si só responde apenas a 1/30 da necessidade, já que
são mais de 800 vilas que estão na mesma situação dessas 29 que serão
contempladas. Então, o apoio ao que está aí, mas é preciso aumentar, ampliar
para contemplar a todos os que precisam. Um abraço e boa sorte. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, tenho dito, cara comunidade de Porto Alegre, que hoje é um dos dias
mais importantes que os movimentos sociais organizados vivem nesta Cidade. Para
muitas pessoas o que eu estou dizendo talvez não seja importante, porque as
pessoas que aqui estão vêm em busca não apenas de uma casa, não apenas da
terra, mas vêm em busca da sua Cidade, de toda a cidadania, que passa, Ver.
Paulinho Ruben Berta, pelo lazer, pela educação, pela cultura, pelo esporte.
Nós temos aproximadamente 800 situações de áreas irregulares nesta Cidade, é
verdade. E hoje, nós, que construímos este Processo, vamos honrar uma pequena
parcela, mas uma parcela que cada um e cada uma das senhoras e dos senhores
construiu. E não vai ser porque hoje essas 29 comunidades estão conquistando
que as senhoras, que os senhores e nós vamos abandonar o restante, porque o
restante são pessoas como nós, sofridas, que não têm água, que não têm luz e
têm a incerteza de, no outro dia, estar naquele pedaço de chão que alguns
ocuparam, que outros adquiriram, mas ninguém é menos por isso, porque não foram
os senhores e as senhoras que construíram a pobreza neste País; não foram os
senhores e as senhoras que desconstituíram e fizeram desta uma caminhada com
percalços em que há muita gente grande envolvida, que não tem dó de ordenar à
polícia o despejo, deixando as pessoas sem terem onde morar.
Eu
sei que tem muita gente aqui de todas as partes da Cidade, mas, me desculpem,
eu estou Suplente de Vereador, fiz questão de estar aqui hoje e não posso
deixar de fazer uma homenagem para esta que é a comunidade onde eu moro. A
minha comunidade é Porto Alegre, mas eu não posso deixar de aplaudir a
comunidade da Lomba do Pinheiro que está aqui. (Palmas.)
Eu
quero agradecer ao Zemiraldo, do gabinete do Presidente Sebastião Melo, que
muito tem se esforçado para mobilizar e deixar as pessoas conscientes das datas
de origem. Mas sabe por que também nós estamos aqui, Presidente? Porque neste
ano essas comunidades vão, pela primeira vez, participar do Orçamento
Participativo; vão poder entrar com demandas no Governo Federal e buscar outras
situações. Mas também porque neste ano, na Lomba do Pinheiro, estão tentando
puxar o nosso tapete no OP! Estão tirando a primeira demanda do Orçamento
Participativo, dividindo entre os Conselheiros, com a benção da tripartite, e
deixando os Delegados como se nada fossem. Nós, comunidade de Porto Alegre, não
vamos aceitar essa situação, porque tenho certeza de que o Prefeito Fogaça não
tem conhecimento disso e, na hora em que o Prefeito Fogaça tomar conhecimento,
tenho certeza de que ele vai honrar a Escola Infantil, a Educação que, pela
primeira vez, foi priorizada na Lomba do Pinheiro!
Este
povo aqui será pouco perto do que nós vamos ter naquele dia, porque nós não
vamos baixar de duas mil pessoas. E queremos dizer, em tom altivo, educado, mas
firme: Prefeito Fogaça, não deixe esculhambar o Orçamento Participativo, porque
são os Delegados que têm que decidir e não dividir as demandas do OP para os
Conselheiros de uma região.
Portanto,
deixo aqui o repúdio a esse tipo de prática, mas tenho certeza de que no dia 23
nós vamos aplaudir o Prefeito, porque ele não vai aceitar que a Lomba seja
passada para trás, assim como hoje ele mandou este Projeto para que 29
comunidades de Porto Alegre, democraticamente, sejam beneficiadas.
Viva
a democracia e abaixo a falcatrua! Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. ADELI SELL: Presidente
Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, comunidades de Porto Alegre aqui presentes,
não é preciso falar muito, porque quem acompanhou sabe da luta das comunidades
que estão hoje, aqui, e que vão receber o voto favorável - espero - de todos os
Vereadores, para que suas comunidades se transformem imediatamente em Áreas
Especiais de Interesse Social; para que possam ter os benefícios da
urbanização, que a Prefeitura faça a sua parte, a CEEE a sua parte, o Governo
Federal financie as habitações que ainda faltam. Por isso, objetivamente, o
nosso voto é sim. Esperamos que o Prefeito não espere 15 dias para sancionar a
lei. Viva a luta pela moradia, pela urbanização, pelo transporte de qualidade!
Por uma vida digna em Porto Alegre, eu voto sim! Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos
a Emenda nº 03, de autoria da Verª Maria Celeste, Líder da Bancada do Partido
dos Trabalhadores. Depois de lida a Emenda, solicito que se faça sua
distribuição aos Líderes de Bancada. (Lê.): “Altera os limites de Macrozonas e
Subunidades, criam-se Subunidades e institui Áreas Especiais de Interesse
Social - AEIS II, para fins de regularização de loteamentos irregulares e
clandestinos, e dá outras providências. Altera a redação do art. 3º com a
redação que segue, renumerando-se os demais. ‘Art. 3º - Nos termos do art. 218
da Lei Orgânica do Município, os loteadores ou parceladores serão notificados
pelo Município para proceder à regularização dos seus loteamentos irregulares
ou clandestinos que passem a fazer parte das AEIS II consagradas pela presente
Lei. § 1º - A regularização de que trata o caput deste artigo deverá ser
realizada de acordo com a Legislação vigente; § 2º - O Município, juntamente
com os moradores envolvidos, poderá assumir a regularização dos loteamentos
referidos, sem prejuízo das ações punitivas cabíveis contra o loteador
infrator’”.
Em votação o Requerimento, de autoria da Verª
Maria Celeste, que solicita dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLCE nº 015/08
à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O
Ver. Toni Proença está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, essa
imensa participação da comunidade hoje nesta Câmara - muito boa-tarde, sejam
muito bem-vindos -; eu venho a esta tribuna manifestar o voto da Bancada do
PPS, favorável ao Projeto de inclusão de Áreas Especiais de Interesse Social
dessas 29 comunidades de várias regiões de Porto Alegre. Venho fazer isso,
porque talvez seja este o primeiro passo que estamos dando, nesta Legislatura,
rumo à transformação em Área de Interesse Social e à regularização dessa imensa
quantidade de áreas, de ocupações irregulares que há em Porto Alegre. É preciso
que a gente ataque de frente esse problema; não dá mais para deixar de lado.
Acho
que temos uma oportunidade ímpar em Porto Alegre, pois a sociedade quer; o
Governo Municipal, liderado pelo Prefeito José Fogaça, quer; a Câmara de
Vereadores, pela sua totalidade das Bancadas, também quer; então por que não
fazer? Talvez não consigamos fazer as 700 e tantas, como disse aqui o Ver.
Todeschini, as 700, 800 regularizações necessárias, mas vamos começar a
fazê-las, porque, ao longo dos próximos anos, talvez a gente consiga realizar o
êxito de ter regularizado, se não todas elas, que é o sonho de todos nós, mas a
maior parte delas, para que as comunidades tenham lá a certeza de que moram num
lugar que é delas; a certeza de que podem investir nesse lugar, não só os seus
parcos recursos, mas também o seu tempo e a participação no processo do
Orçamento Participativo. Para que, através da participação, da sua mobilização,
consigam registrar demandas no plano de investimento, consigam sensibilizar os
Governos, tanto o Municipal, como o Estadual quanto o Federal para realizar os
investimentos em infraestruturas necessárias nessas comunidades, para que, a
partir de ter o sonho da casa própria realizado, ter a regularização da sua
moradia realizada, possam se desenvolver melhor como cidadãos, com a dignidade
que merecem, e deve o Estado, sim, zelar por essa dignidade.
Parabéns
a essas 29 comunidades, e quero cumprimentar cada uma das Sras
Vereadoras e dos Srs. Vereadores, liderados pelo nosso Presidente, Ver.
Sebastião Melo, pelo esforço que fizeram nesses últimos dias para que este
Projeto fosse aprovado. Para vocês terem uma ideia da importância de um tema
como este, não só para vocês que serão beneficiados pela aprovação deste
Projeto - Ver. Comassetto, que é um lutador por este tema -, não só por vocês,
não só por aqueles que terão o benefício do Projeto... Eu vejo neste Plenário
gente que já tem a sua área declarada como AEIS; vejo aqui, cumprimentei há
pouco a Jane, e ela está aqui por solidariedade àqueles que ainda não
conseguiram construir a realização de seu sonho, o de ter a sua área declarada
como Área Especial de Interesse Social, e, a partir da declaração dessa área
como Área de Interesse Social, poder regularizar os seus lotes e as suas
moradias. Sou pela aprovação, Sr. Presidente; pela aprovação, Srs. Vereadores!
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu solicito aos funcionários do Setor de
Relações Públicas da nossa Casa que passe uma lista no plenário para que as
comunidades possam registrar as suas presenças. No início, muitas comunidades
não estavam presentes, e nós queremos citar todas as comunidades que vieram
lutar aqui pelos seus direitos.
O
Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16 e que nos ouve pela Rádio
Câmara, senhoras e senhores, para mim, que sou um líder comunitário da Zona
Norte de Porto Alegre, com muito orgulho, hoje é motivo de alegria estar aqui,
poder visualizar e poder agradecer a todos que aqui estão para lutar pela
aprovação dessas áreas. Diversas comunidades necessitadas moram nessa Zona de
Porto Alegre e precisam ser encaminhadas da mesma forma como estão sendo encaminhadas
essas comunidades. Quero citar algumas, como, por exemplo, a Vila Amazonas, o
Jardim dos Coqueiros. São várias vilas, milhares de famílias necessitam iniciar
esse processo também na Zona Norte de Porto Alegre no Eixo Baltazar. Por que,
no meu entendimento, isso é muito importante? Porque liberta as pessoas para
que possam progredir, construir uma casa melhor, ter uma rua decente, um posto
de saúde, um colégio, uma creche, enfim, ter os seus direitos respeitados. Por
isso, hoje, com muito orgulho, eu parabenizo todas essas 29 comunidades, pela
luta que implantaram, pela união e pela solidariedade de um com o outro. Por
isso é muito importante que nós estejamos todos juntos nessa luta, para
regularizar essas áreas e ter o direito a uma creche, para que uma mãe possa
deixar o seu filho. Se não tiver isso, minha gente, não tem como aplicar
recurso público, porque aí passa a ser crime. Então, eu quero aqui, de todo
coração, dizer que hoje é uma das noites em que eu vou dormir mais
tranquilamente em toda a minha vida. Hoje é o dia em que eu vou poder chegar em
casa e dizer para a minha família que o meu dever está sendo cumprido, em
parceria com esta Casa e com todos os que batalharam por este Projeto.
Eu
quero dizer para vocês que nós temos é que cada vez nos unir mais,
principalmente a periferia de Porto Alegre, porque lá estão as pessoas que constroem esta Cidade, que constroem o
dia a dia, que lutam pelo dia a dia. A gente dizer que não tem um PSF, que não
tem uma rua calçada, que não tem direito ao esgoto, que não tem direito à
creche, isso é um crime, porque a Constituição nos garante isso, e não pode ser
uma lei retrógrada que atrase um processo todo. Nós temos certeza que o
Prefeito José Fogaça, que esses Vereadores todos que aqui estão, querem o bem-estar
das comunidades, mas muitas vezes a lei impede isso. Mas quando a comunidade
vem aqui, se mobiliza, trabalha, constrói, vai ao Orçamento Participativo, e
cumpre toda a sua função, a coisa se torna bem mais fácil.
Hoje
é apenas o início de uma retomada do crescimento dessas 29 comunidades, mas nós
vamos, se Deus quiser, em parceria, fazer com que essas mais de 700 áreas
clandestinas de Porto Alegre sigam esse exemplo que estão dando essas
comunidades aqui. Parabéns, estamos na luta, contem com este Vereador, contem
com o PPS, contem com esta Bancada, pois nós estaremos todos juntos,
trabalhando para a regularização total, com todos os equipamentos comunitários
necessários para o bem-estar de toda essa comunidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Mauro Zacher está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. MAURO ZACHER: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores que nos acompanham aqui nas galerias da Casa, público que
nos assiste pela TVCâmara, que nos ouve pela Rádio Câmara, sem dúvida, este
Projeto que hoje iremos votar dá início a um novo momento. Uma luta de muitas e
muitas comunidades da nossa Cidade.
Dizia,
num tempo desses, um político que “a política é a arte de realizar o possível
sem esquecer o ideal”. Entretanto, hoje nós estamos realizando menos que o
possível. Embora, Ver. Ervino, haja um avanço, é muito menos que o possível que
nós podemos dar a essas diversas comunidades que lutam há muitos e muitos anos
pelo direito da sua casa, na sua luta para sanar esse grande déficit que o
Poder Público tem há muito tempo com as diversas comunidades da nossa Cidade.
Esse
é um déficit que nós temos em curto prazo, uma grande responsabilidade em dar a
regularização fundiária para essas diversas comunidades. Esse déficit
habitacional, diz o DEMHAB, é de 80 mil casas, e vejo que, ano após ano, nós
não conseguimos avançar nesse assunto.
Eu
quero me somar a estes vários Vereadores, João Dib, que têm levantado esta
questão da Habitação, da regularização das diversas áreas, aqui na Câmara de
Vereadores.
Este
Vereador vai votar a favor deste Projeto, mas com a consciência de que a nossa
Cidade, de que a Câmara de Vereadores, de que o Executivo Municipal têm muito
ainda a fazer. E tenho certeza de que a nossa Bancada também irá acompanhar com
o voto favorável, para que nós possamos pagar um pouquinho dessa grande dívida
social que esta Cidade tem com esta população que por muito tempo luta pelo seu
espaço, luta pela sua casa. E é assim que vamos nos posicionar.
Esta
vitória é de vocês, senhoras, senhores, cidadãos desta Cidade, que fazem desta
Cidade uma cidade maravilhosa. É uma grande vitória de vocês que esta Casa
aprove este Projeto, mas ela sabe que tem um grande compromisso, um grande
déficit com uma grande parcela da população que ainda luta pelo seu espaço.
Contem com este Vereador! Este Vereador vota favorável! E tenho certeza de que
a nossa Bancada também votará a favor. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos
a Emenda nº 04 ao PLCE nº 015/08, proposta pelo Ver. Engenheiro Comassetto e
outros (Lê.): “I – Dá nova redação à Emenda do PLCE nº 015/08, conforme
segue...” Solicito que ela seja distribuída aos senhores Líderes.
Requerimento,
de autoria da Verª Maria Celeste, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 04
ao PLCE nº 015/08 à apreciação das Comissões. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Apregoamos Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste, que solicita
seja votada em destaque a Emenda nº 04 ao PLCE nº 015/08.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos
acompanham nas galerias - são 29 as comunidades aqui presentes no dia de hoje
-, eu quero cumprimentar todos vocês, homens, mulheres e crianças, filhos destas
pessoas que estão aqui; quero cumprimentar todos de uma forma muito especial,
muito carinhosa.
Eu, que presido hoje uma entidade que também trabalha muito na área
social, a Caritas, sei o que representa para todos vocês, hoje, a regularização
dos seus imóveis. Com várias das entidades que estão aqui a gente tem um
trabalho. É uma obrigação nossa, Vereadores e Vereadoras, estarmos junto com as
entidades. Hoje é o início de uma caminhada dessas 29 entidades. Graças a Deus,
o Prefeito Municipal se sensibilizou com a luta de vocês pelo direito à
moradia, o direito de vocês de residirem de uma forma tranquila. Hoje, a Câmara
Municipal está discutindo
esta matéria, e tenho certeza de que os 36 Vereadores votarão favoravelmente a
este Projeto. Nós tentamos, juntamente com a CEEE, colocar um reforço, uma
extensão de rede, mas por uma nova determinação da Aneel, isso não foi
possível. No entender deles não havia um encaminhamento para uma regularização
dessas comunidades.
Com este
Projeto que estamos votando, facilitará a nós Vereadores e à própria CEEE no
sentido de que vocês consigam, de uma forma legal, colocar um reforço, uma
extensão de rede. Vocês têm problemas seriíssimos de luz, de quedas de luz,
muitas famílias perdem os seus aparelhos domésticos devido à demanda de cada um
de vocês. A partir de hoje, como eu disse, é o início de uma caminhada, é uma
vitória de todos vocês, mas também é uma vitória nossa.
Nós,
Vereadores e Vereadoras, representando a cidade de Porto Alegre, juntamente com
o Executivo Municipal, temos que nos engajar nessa vitória de vocês. É uma luta
de vocês, mas é uma grande vitória nossa. Claro que há outras entidades, temos
aproximadamente 850 vilas e loteamentos irregulares aqui em Porto Alegre, mas
este é o início de uma caminhada.
Portanto,
estimada comunidade, nós queremos estar junto com vocês, votaremos este Projeto
- tenho certeza - pela unanimidade desta Casa. E depois, juntamente com vocês,
juntamente com o Executivo Municipal, queremos estar vibrando com vocês,
festejando essa vitória. Vocês a merecem? É claro que a merecem, e como a
merecem!
O
nosso Líder de Bancada, Ver. Mauro Zacher, que me antecedeu, deu a sua posição,
e eu, pessoalmente, darei a minha posição: a nossa Bancada votará unida para
que vocês, hoje, com a sua luta, obtenham uma grande vitória.
Para
encerrar, repito: nós, Vereadores, estamos juntos com vocês, vibrando e
abraçando cada um de vocês, porque, se vocês hoje recebem aqui uma vitória,
esta é uma vitória nossa, é uma vitória da cidade de Porto Alegre, porque vocês
também pertencem a esta Cidade que um dia nos acolheu. Um abraço muito fraterno
e carinhoso a todos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo
o Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste, que solicita votação em
destaque da Emenda nº 03 ao PLCE nº 015/08.
O
Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos
assiste, é gratificante ver todas as comunidades hoje aqui, justamente na ânsia
de buscar aquilo que é um direito. Quero dizer a todos que estão aqui
presentes, e ao público que nos assiste em casa, que as 29 comunidades que
estão hoje em discussão neste Projeto que declara Área Especial de Interesse
Social as cooperativas nominadas, que nada é mais justo, e essa é uma luta que
vem ano a ano, e nós, quando estávamos à testa do DEMHAB, sabíamos disso e
víamos a dificuldade das famílias em regularizarem os seus loteamentos, regularizarem
as suas comunidades, pelo problema do espaço, do tamanho do terreno, da
delimitação, do que pode e do que não pode ser construído. Existe a dificuldade
de as famílias buscarem, junto às instituições financeiras, financiamentos a
fundo perdido. Havia a Resolução nº 518 da Caixa Econômica Federal, que
permitia que as comunidades pudessem ampliar as suas casas ou construir casas
novas, mas não era permitido, porque os projetos habitacionais ali não poderiam
ser contemplados, justamente pela dificuldade do nosso Plano Diretor, pela
legislação vigente ou pela falta da declaração da AEIS, que hoje está sendo
discutida aqui.
Não
adianta nós hoje pensarmos em ficar apenas com essas 29 comunidades que estão
aqui presentes, as 29 comunidades que estão neste Projeto; nós temos que pensar
nas outras setecentas e tantas comunidades que estão, há tantos e tantos anos,
esperando por uma regularização. Nós temos que pensar na Vila Amazonas que está
há tantos anos, naquela localidade sem que haja uma regularização; vamos pensar
no Beco Dona Lourdes, onde famílias moram há 40 anos e precisam de uma
definição, porque sabemos que não há espaço suficiente para que cada um tenha
um lote de acordo com a legislação vigente. Nós temos que pensar no Jardim
Marabá, em que há anos existe essa luta também - há dez anos há uma ocupação em
que estão aquelas 700 famílias, aguardando que o Poder Público possa
auxiliá-las. E por que não também a cooperativa que fica localizada no Bairro
Belém Velho, que precisa também de um auxílio, precisa ser regularizada,
justamente porque ela está com problema, inclusive com uma reintegração de
posse, o que faz com que aquelas famílias fiquem jogadas à rua e não tenham o
direito de ter a sua casa própria.
No
momento em que nós estamos diante de uma ação do Governo Federal, uma ação a
que Porto Alegre também aderiu, agora, através de convênio, na última semana,
para a construção de habitações sociais, é hora de se propor que o Executivo
passe áreas para as comunidades, e a Caixa Econômica financie através de
dinheiro que é do povo, Ver. Haroldo - dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço, dinheiro que é do povo e volta para o povo, e também parte que é do
Orçamento da União -, nada mais justo que beneficiar a construção de unidades
habitacionais, porque a construção civil gera emprego; a habitação social dá
Saúde, Segurança e Educação. Como nós poderemos falar em Educação para as
famílias em que os filhos estão lá, em dia de chuva, tentando mudar a cama de
lugar, porque há goteiras em cima da sua cama? Como é que se promove segurança,
se, na irregularidade, não temos condições sequer de buscarmos com que a
Segurança pública entre no meio de uma comunidade irregular? Como se pode falar
em Saúde, se as famílias estão ao relento, estão, no dia a dia, sem poderem
fazer as suas reformas nas suas casas, porque não há uma Lei que possa
beneficiar ou flexibilizar a construção de unidades habitacionais.
Então,
eu quero dizer para todas as comunidades que estão aqui presentes: hoje, sim,
nós somos favoráveis à aprovação deste Projeto. Nós somos favoráveis também à
ampliação deste Projeto, para que mais comunidades sejam beneficiadas, quem
sabe, agora, no Plano Diretor.
Hoje
à noite temos reunião aqui com todas as 88 comunidades que vão participar para
fazer com que seja, no Plano Diretor, adequado o planejamento ao Estatuto da
Cidade, para fazermos com que as Áreas de Interesse Social para a Habitação
Social em Porto Alegre sejam predefinidas para evitarmos o que está ocorrendo
hoje, para evitarmos que essas 700 e tantas comunidades irregulares estejam
correndo o risco de, a qualquer momento, que lhe sejam tomadas as áreas por
reintegração de posse.
Somos
favoráveis, vamos votar a favor, e, se pudermos, vamos ampliar mais a votação.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, comunidades aqui
presentes, tenho certeza de que esta Casa, hoje, aprovará por unanimidade este
Projeto. É importante mencionar que este Projeto foi fruto da construção de
inúmeras pessoas, principalmente das comunidades, mas foi fruto inclusive dos
que estão aqui e do Prefeito Municipal. Então, é importante, nesta hora, também
render ao Prefeito grande parcela de participação neste Projeto.
As
políticas públicas, sem dúvida nenhuma, iniciam pela regularização fundiária.
As pessoas passam a ser cidadãs a partir do momento em que se implementam
políticas públicas. A partir da regularização fundiária, nós iniciamos as
melhorias. Se houver possibilidade, como o Ver. Tessaro mencionou aqui, vamos
iniciar as melhorias na Assistência Social, melhorias na coleta de lixo,
melhorias na Educação, melhorias no asfalto, mas, principalmente, melhorias na
Saúde. Sem a regularização fundiária, a gente acaba tendo uma comunidade num
terreno que é ilegal e sem o Poder Público poder instituir as medidas públicas
principalmente na área da Saúde.
Hoje
pela manhã, nós, que participamos da COSMAM, visitávamos uma comunidade que já
possui isso, a comunidade Chácara do Banco, na Restinga, e como fica fácil,
como fica menos difícil implementar essas políticas públicas a partir do
momento em que essas comunidades têm a regularização fundiária. E muitas vezes
não adiantam outras situações, os pacientes muitas vezes dizem: “Doutor, o
senhor fala em asfalto, mas não adianta de nada asfalto, quando a gente está
com problema de saúde, quando a gente está com dor de barriga”.
Então,
para poder implementar as políticas públicas, é fundamental esse pleito, e ser
atingido esse pleito pelo qual vocês estão aqui hoje, que é a regularização
fundiária. E, principalmente, retirar um termo que, às vezes, acaba
estigmatizando as comunidades, que é o termo “clandestino”.
Viva
a regularização fundiária! Nós estaremos com vocês; a Bancada do PDT, como já
se mostrou aqui maciçamente, na sua totalidade, vai estar com vocês. E viva a
não clandestinidade das comunidades. Parabéns para vocês, e um forte abraço.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Eu quero saudar e cumprimentar, não só pela vinda aqui, mas pelo papel que
tiveram em todo esse processo de organização popular, a Cooperativa
Habitacional Santo Antônio e Moradas da Colina; o Loteamento Quinta do Portal;
a Comunidade Habitacional 4 de Junho; Comunidade da Vila Pitinga I e II;
Condomínio Mariante; Beco do Jesuíno; Beco do Sabino; Beco do Pradinho;
Cootepa; Cooperativa dos Moradores da Colina do Prado; Associação de Moradores
da Vila Chocolatão; Associação Comunitária da Vila Margarita; Associação de
Moradores do Jardim Vale das Figueiras; Associação Comunitária Núcleo
Esperança; Cooperativa Habitacional Cidade Nova; Associação de Moradores da
Vila Recreio da Divisa; Associação de Moradores Mangue Seco; Comathab;
Cooperativa Nossa Senhora das Graças, do Lami; Movimento Popular Jardim
Carvalho; Associação dos Moradores Rincão das Flores; saudações a todos.
A
Verª Juliana Brizola está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
A
SRA. JULIANA BRIZOLA: Sr.
Presidente, Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
comunidades aqui presentes, somos favoráveis a este Projeto e não poderia ser
diferente. Todo o ser humano tem o direito de viver em uma área regularizada.
Este Projeto, portanto, não é um favor, este Projeto é uma obrigação. A moradia
está prevista na Constituição Federal, e o Prefeito, ciente disso, apresenta,
hoje, este Projeto que regulariza essas áreas. Sabemos também que este é apenas
o pontapé inicial, já que muito ainda se tem a fazer nesse sentido. Podem ter
certeza de que outras áreas ainda serão regularizadas. Portanto, parabéns ao
Prefeito José Fogaça, mas principalmente a vocês, às comunidades que se
mobilizaram e que hoje aqui estão para conquistar e garantir o seu direito.
Contem com esta Vereadora e, acima de tudo, com o Partido Democrático
Trabalhista. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. NILO SANTOS: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde, quero
aproveitar a oportunidade para cumprimentar o Executivo por este Projeto. O
Prefeito José Fogaça através deste Projeto mais uma vez testifica que tem
trabalhado para aqueles que mais precisam. Criei-me em uma área irregular, onde, Ver.
Marcello Chiodo, durante muitos anos, a liderança comunitária lutou para que se
pudesse regularizar, mas nunca conseguiu. Na realidade, o que está sendo
apresentado através deste Projeto é oferecer às pessoas dignidade, oferecer às
pessoas um lugar seguro para que elas possam morar, e, principalmente, terem
acesso aos benefícios que o Poder Público tem o dever de oferecer a essas
pessoas.
Parabéns ao Prefeito Fogaça, parabéns às
comunidades, porque, muitas vezes, Ver. Adeli Sell - o senhor que é um homem
que anda muito pelas vilas -, as comunidades nos pediam auxílio para
oferecermos a elas algum tipo de benefício para regularizar as áreas, mas não
tínhamos acesso a isso. Quantas vezes nos pediam água, nos pediam esgoto, nos
pediam iluminação, mas não tínhamos como proporcionar isso para as comunidades.
A partir de agora a realidade será outra; um futuro melhor aguarda por estas
comunidades, um futuro melhor, a partir deste Projeto, Ver. Todeschini, está
sendo preparado para as crianças destas comunidades também.
Parabéns a todas as pessoas. Esta é uma conquista
de toda a cidade de Porto Alegre porque, através deste Projeto, com certeza,
haverá um grande passo para melhorarmos a qualidade de vida, Ver. Valter, de
toda a nossa população, que é o nosso maior patrimônio. As pessoas são o nosso
maior patrimônio desta Cidade; a partir deste Projeto, então, o Prefeito José
Fogaça está dizendo que reconhece isso, está estendendo a mão para que estas
comunidades sejam atingidas e melhorem, então, o seu futuro. Parabéns a todos
nós, moradores desta Cidade. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião
Melo): O Ver. Luiz Braz solicita Licença para Tratamento
de Saúde no dia 22/04/2009. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Claudio
Sebenelo, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Constituição de
Justiça. V. Exª já prestou o compromisso; bem-vindo à nossa Casa.
O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O SR. MAURO PINHEIRO:
Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; demais Vereadores, Vereadoras,
público que nos assiste pelo Canal 16 e nas galerias da Câmara, hoje lotadas
por essas pessoas, essas lideranças dessas comunidades, porque este, com
certeza, é um dia especial para todos vocês.
Como
Vereador do Partido dos Trabalhadores, não poderia ser diferente do que estar
aqui para ser favorável, junto com o nosso Partido, a essas comunidades que
tanto lutaram para conquistar esta Área Especial de Interesse Social. Fico
feliz, e com a consciência tranquila, por hoje poder votar a favor de vocês,
por esta vitória que todos vocês estarão conquistando daqui a alguns minutos,
porque tenho certeza de que todos os Vereadores desta Casa apoiarão maciçamente
a aprovação deste Projeto.
Ver.
Valter Nagelstein, Líder do Governo, hoje parece que estamos do mesmo lado, e
quero parabenizar o Governo, o Executivo, na sua pessoa, pela iniciativa de
buscar, junto com essas comunidades, a oportunidade para que elas possam
continuar a luta para conseguirem buscar, ainda, os benefícios de que poderão
usufruir após a aprovação deste Projeto.
O
Sr. Carlos Todeschini: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, meu
colega de Bancada, nós temos que nos solidarizar com essas comunidades, pois
somos sabedores da necessidade que este Projeto tem de ser ampliado, e de forma
muito expressiva, mas também é muito importante que se diga que o Programa
lançado pela Presidência da República na semana passada, “Minha Casa, Minha
Vida”, vai contribuir, vai poder apoiar, e muito, o programa de regularização
dessas comunidades, pois uma vez tendo o Regime Urbanístico, poderão receber
melhoria nas residências e a infraestrutura necessária para a qualificação
ambiental e para a melhoria da moradia.
Então,
cumprimento-o, e agradeço pelo aparte, pois este é um momento muito especial
que o Brasil há muito tempo não vivia, com políticas importantes como esta que
nós estamos decidindo, na forma da Lei, aqui no Governo Municipal. Mas muito
mais importante, de grande envergadura é a política apresentada pela
Presidência da República, pelo Governo Lula, para todos os brasileiros, e que
beneficiará também Porto Alegre. Obrigado pelo aparte.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado, Ver.
Todeschini. Quero continuar, dizendo que fico feliz em votar pela aprovação
dessa AEIS para essas 29 vilas. Espero que o Governo, que o Executivo tenha a
sensibilidade com as mais de 700 vilas em Porto Alegre que estão na mesma
situação e que hoje não estão sendo contempladas.
Espero que nos próximos dias também sejam aprovadas
por esta Casa todas as outras vilas que estão na situação de vocês, e que
também possam ser contempladas com esses benefícios.
Quero dizer a vocês que estamos felizes em saber
que esta é apenas a primeira vitória, porque muitas outras lutas vocês terão
pela frente para conquistar, agora, outros benefícios, para que essas vilas
possam ter água, esgoto, luz; para que possam brigar no Orçamento
Participativo, que, até mesmo no último ano, pouco foi contemplado, mas que
vocês possam continuar a luta, buscando tudo aquilo que vocês desejam.
Vocês podem contar com este Vereador e com a
Bancada do PT para juntos continuarmos a luta, buscando tudo aquilo que vocês
merecem e precisam. Um abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Haroldo
de Souza está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, ninguém virá aqui dizer que é contra o Projeto. É evidente que
não! E nem chegar aqui e dizer que não é um dia especial; para mim não é um dia
especial, porque para mim é um dia em que se acentua um pouquinho mais a minha
vergonha, porque há quantos anos a maioria de vocês espera por uma solução?
Então, não há mérito aqui de querer individualizar e nem chamar para o lado da
briga partidária, que o Lula vai entrar com o cimento... Não é esse lado aí,
mas não é mesmo! A verdade é que isso já deveria ter sido feito antes. São 753
vilas clandestinas! Se o PT tivesse feito 5%, nos 16 anos em que esteve no
Poder, não teríamos hoje 753 vilas, e muito menos chegarmos aqui com a maior
cara de pau e dizermos que é
um dia especial, porque estamos resolvendo o problema de 29 vilas, de um total
de 753! É um grãozinho de areia no meio do oceano! Claro que é, nem dá para
notar. Joga ali e não aparece. Agora, com a Casa cheia, aparece.
Estou
falando também em nome do Ver. João Antonio Dib, que tem o mesmo pensamento que
eu. Haverá uma unanimidade de 36 votos favoráveis. Então, por que ficarmos
segurando vocês por tanto tempo, que certamente têm outros compromissos, outros
afazeres? É ou não é? Se é uma unanimidade, vamos para a votação pura e
simples. Porque ninguém pode ser contra o direito do cidadão de morar. É
obrigação nossa e do Prefeito. Nossa, de votar; e do Prefeito, de mandar o
Projeto para cá. Agora, se ele já mandou para a regularização de 29 vilas, a
nossa esperança é que - por exemplo, o Presidente pensa de um jeito, o Líder do
Governo pensa de outro - daqui a pouquinho a gente pode incluir aqui o Beco
Dona Lourdes, o Jardim Marabá, a Vila Amazonas, a Cidade Nova, o Chapatral.
Serão mais cinco, que, somadas as outras, chegam a 34 vilas. Continua sendo um
grãozinho só! Então, eu quero cumprimentar vocês por estarem aqui, pedir
desculpas por demorar tanto tempo para alguém fazer este Projeto e ele chegar
até aqui. Eu tenho certeza de que em breve essas 753 vilas irão diminuindo,
diminuindo, e aí eu virei aqui dizer: “Não temos mais, em Porto Alegre, nenhuma
vila clandestina”. Do contrário, se eu continuar falando para vocês, eu serei
demagogo, e isso não passa pela minha cabeça de jeito nenhum!
Parabéns,
e sucesso onde vocês estão. Que vocês prossigam com saúde e que todos nós, com
projetos vindos lá do Executivo, possamos atender às necessidades: as 29 de
hoje, talvez mais cinco, mas olhem o caminho lá na frente; são 753 terrenos
irregulares. Isso é profundamente lamentável! Para mim não é dia de
comemoração, mas de constatação, e também de pedir desculpas. Parabéns!
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde
a todos e a todas, eu venho a esta tribuna não só para encaminhar
favoravelmente o Projeto do Executivo, mas, sobretudo, para parabenizar cada um
de vocês, porque esta vitória, hoje, das 29 comunidades que vão receber a
possibilidade dos loteamentos se transformarem em Áreas de Interesse Social não
foi de presente, não foi de mão beijada, mas, sim, fruto da luta de cada
mulher, de cada trabalhador, de cada jovem que há anos batalha pelo direito de
viver numa comunidade regular, que tenha o mínimo de acesso à saúde, à educação
e ao transporte.
Quero parabenizar cada um de vocês, porque é muito
fácil, nestes momentos, vários atores quererem se beneficiar do sentimento de
vitória da comunidade por ter sua área regularizada, mas eu não tenho dúvidas
de que se vocês não tivessem lutado em cada uma das áreas em que moram, nada
disso seria possível, e certamente as 29 comunidades não seriam regularizadas.
Quero dizer que temos grandes desafios para Porto
Alegre, porque das 753 áreas faladas como ainda irregulares, temos casos
dramáticos, como o dos companheiros que moram lá nas Ilhas - quase 20 mil
pessoas não têm nem acesso ao transporte lá dentro dos dez quilômetros das
Ilhas. Nós temos o problema da Cooperativa Cidade Nova, que também quer
regularizar a sua área para ter direitos e para ter a possibilidade de
dignidade no seu local de moradia; nós temos as comunidades lá do bairro Rubem
Berta, onde ainda há áreas irregulares em que trabalhadores vivem.
Então, acho que o exemplo e a vitória de hoje têm
que servir para que se agilize a vitória de outros trabalhadores, e para que a
gente não espere mais 50 anos para ver áreas onde moram milhares de pessoas
serem regularizadas, e para que não se tapem os olhos, porque é um problema,
sim, de regularizar área. Com certeza, a área tem que ser regular para que as
pessoas tenham o seu endereço formal, pelo menos, mas não podemos fechar os
olhos para os problemas gerais, como transporte, saúde e acesso ao trabalho.
Quero me comprometer, em nome do PSOL, a sermos
parceiros nas lutas que as comunidades têm que fazer, e sermos parceiros nas
outras tantas que não conseguiram se regularizar. Mas precisamos do apoio de
vocês para resolver o problema da Vila Chocolatão, que é um problema que se
arrasta há 26 anos. É importante que cada um de nós apoie os moradores daquela
comunidade, que já tiveram incêndios mais de uma vez. Ano após ano se protela a
decisão da Chocolatão. Nós precisamos do apoio de vocês para discutir o
problema do transporte, porque, hoje - todo o mundo aqui pega ônibus e sabe -,
está caro pagar R$ 2,30 na hora de pegar ônibus para poder ir procurar um
trabalho. E muitas vezes não se pode sair de casa para procurar emprego, porque
R$ 2,30 pesam no nosso bolso. Agora, até as isenções do passe livre uma vez por
mês querem tirar. E há o problema dos postos de saúde. Nós temos comunidades
enormes que não têm um PSF, como o bairro Rubem Berta, assunto aqui trazido
pelo Paulinho. Cito esses exemplos, porque acho que somos mais fortes quando
estamos juntos, e só se conseguem conquistas para o povo, para jovens como eu,
para milhares de jovens que há em Porto Alegre, quando estamos juntos. Muitos
jovens não conseguem uma oportunidade de trabalho, e, muitas vezes, caem no
colo do narcotráfico e do crack por não haver políticas públicas para
reverter esse processo com a juventude. Nós só conquistamos oportunidades
quando estamos juntos, quando lutamos, quando nos mobilizamos.
O exemplo que as 29 comunidades deram para Porto
Alegre, deram para o Prefeito, deram para a Câmara de Vereadores, nós temos que
reproduzir em toda a Cidade para as outras que não conseguiram ser
regularizadas, mas para resolver os problemas sociais que todo mundo sente, mesmo
morando em lugares diferentes - alguns moram na Zona Norte, outros na Zona Sul,
mas nós vamos ter que resolver, e só vai ser possível resolver coletivamente.
Então, eu queria deixar um parabéns especial a
todos vocês, porque isso é fruto, certamente, da luta de vocês. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo a
Emenda nº 05, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol e da Verª Maristela Maffei, ao
PLCE nº 015/08.
Apregoo a Emenda nº 06, de autoria do Ver. Valter
Nagelstein, ao PLCE nº 015/08.
Em votação o Requerimento de autoria do Vereador
Reginaldo Pujol, que solicita dispensa do envio da Emenda nº 05, ao PLCE nº
015/08, à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento de autoria do Vereador
Valter Nagelstein, que solicita dispensa do envio da Emenda nº 06, ao PLCE nº
015/08, à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para
discutir o PLCE nº 015/08.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, quero registrar também uma saudação ao ex-Ver. Valdir Fraga,
sempre Vereador e ex-Presidente da Câmara, que vejo aqui no Plenário, na tarde
de hoje. Quero trazer uma saudação toda especial às senhoras e senhores que nos
visitam em grande número e, também, fazer um registro todo especial do grande
número de crianças presentes aqui nas galerias do Plenário. Essa presença
significativa, esse grande número de pessoas acompanhando uma reunião onde se
votam matérias aqui na Câmara Municipal, não é um fato que ocorre todos os
dias. A relevância do tema, a importância do que se discute e os reflexos que
uma decisão positiva da Câmara vai trazer a milhares de pessoas que moram
nessas 29 áreas é o que faz com que tantas pessoas estejam aqui hoje, ansiosas
de um lado, mas felizes de outro, porque percebem que hoje será aprovado este
Projeto que regulariza, que torna Áreas de Interesse Social essas 29 áreas da
cidade de Porto Alegre.
Eu tive a possibilidade de ter sido Vereador de
1989 a 1996 e estou de volta agora. Nesse período, nesse meio-tempo, fui
Diretor do DEP - Departamento de Esgotos Pluviais - por quatro anos. E nas
Secretarias do Município, independentemente de que Partido é o Governo, nós
sentimos o que é - e só quem tem experiência nisso sabe, tanto aqueles que
atuam no Poder Público como os moradores - chegar numa região irregular, numa
vila irregular. Eu vi que se demandavam pequeníssimas obras, por exemplo, pelo
DEP, e a resposta era de que não se poderia fazer, porque a área era irregular.
Então, eu acho que aqui cabe uma reflexão. Nós
precisamos, com toda a urgência, regularizar áreas no Município de Porto
Alegre, porque elas, de um lado, trazem uma série de benefícios e de ações de viabilidade concreta da melhora das
condições de vida do cidadão que mora naquela área, e, de outro lado, primeiro,
permite que o Poder Público leve ações para aquela área; e, em segundo lugar,
ela dá ao morador o poder de reivindicar ações do Poder Público naquela área,
como esgoto, água, energia elétrica e uma série de outras ações necessárias
para aquelas áreas da cidade de Porto Alegre.
Por
isso, vamos votar favoravelmente à regularização, à transformação dessas áreas
em AEIS, porque é interessante para as senhoras, para os senhores, para essa
criançada que está aí, mas ela também é interessante para toda a cidade de
Porto Alegre - não só para quem mora lá, mas também para quem mora nas áreas
que atualmente já estão regularizadas. Por quê? Porque se percebe que a Cidade
vai trazer benefícios a moradores que vivem nessas regiões.
Já
foi falado bastante - só para concluir -, além dessas áreas que hoje estão sendo
votadas, é claro que nós vamos lutar para que outras áreas sejam brevemente
trazidas aqui para uma nova decisão e para que mais pessoas possam ser
alcançadas por essas medidas que são positivas para a Cidade. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. DJ Cassiá está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. DJ CASSIÁ: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público presente
nesta Sessão, em primeiro lugar, quero parabenizá-los por essa luta, por essa
conquista, e também quero dar os parabéns ao Prefeito.
Leis
nós temos demais; precisamos de leis que realmente beneficiem a sociedade. Hoje
está sendo votada uma lei que é um passo muito grande: são 29 comunidades
beneficiadas com esta lei. Eu quero dizer aos senhores que vivemos num País
maravilhoso, um País em que tudo o que se planta dá; dá voo de graça, dá um
monte de coisas de graça! Um País onde cinco dos doze meses de trabalho ficam
mortos pelos impostos!
Mas a Educação, a Cultura, o direito à moradia só
se conseguem através da mobilização, infelizmente. Deveria ser diferente,
deveria ser natural; a Educação, a Cultura, a moradia e a Saúde deveriam ser
naturais! Mas, infelizmente, não são. Infelizmente, a sociedade tem que se
mobilizar, a sociedade tem que se organizar para conquistar os seus direitos.
Eu não quero me prolongar, eu quero aqui, mais uma vez, dar os parabéns a
vocês, dar os parabéns ao Prefeito e deixar uma mensagem: “Eu só quero ser
feliz, andar tranquilamente na favela, ou na comunidade, ou no bairro onde eu
nasci”. Parabéns a vocês! (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo
solicitação apresentada pelo Ver. Marcello Chiodo, de representação da Casa no
III Fórum Estadual Integrando Meio Ambiente à Vida, que será realizado no dia
25 de abril de 2009, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
Também apregoo solicitação apresentada pela Verª
Maria Celeste, de representação da Casa na Audiência Pública da Comissão de
Serviços Públicos, que se realizará no dia 23 de abril de 2009, às 9h30min, na
Assembleia Legislativa.
Solicito ao Ver. Adeli Sell que assuma a
presidência dos trabalhos, tendo em vista que a Presidência e alguns Vereadores
estarão representando a Casa no lançamento da pedra fundamental da Planta de
Eteno Verde, da Braskem, no Polo Petroquímico, onde estarão presentes vários
Ministros, a Governadora, o Prefeito. Então, passo a condução dos trabalhos ao
Ver. Adeli, e, aos Vereadores que forem acompanhar a Presidência, solicito que,
de imediato, possamos nos deslocar.
Queria também dizer que amanhã estaremos discutindo
nesta Casa, Srs. Vereadores, a Previdência dos municipários. Já confirmaram
presença o Sindicato dos Municipários - o PREVIMPA -, que estará representado
pela sua Diretoria, e haverá uma grande plateia.
A presidência da Casa será transmitida hoje à tarde
ao Ver. Adeli Sell, que conduzirá a Casa na quinta-feira e na sexta-feira, na
ausência do Presidente, que estará representando a Câmara em Belo Horizonte na
discussão das Câmaras das Capitais.
Então, desejo um bom trabalho aos senhores; que
possam produzir um bom debate, e o nosso querido Presidente Ver. Adeli
conduzirá os trabalhos com brilhantismo!
(O Ver. Adeli Sell assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Senhoras e
senhores, obrigado, Ver. Sebastião Melo, sucesso nas suas agendas.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir o PLCE nº 015/08.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores representando as comunidades, principalmente da periferia de Porto
Alegre, este debate que estamos fazendo hoje aqui está centrado numa
necessidade urgente da cidade de Porto Alegre de fazer a regularização
fundiária com a reforma urbana. Nós gostaríamos, sim, de estar debatendo e
aprovando hoje não só as 29 comunidades que estão aqui presentes, mas
gostaríamos de aprovar, hoje, aqui, a inclusão das 800 vilas irregulares que
temos em Porto Alegre, porque essas comunidades, com todo o esforço que Porto
Alegre faz em ser uma Cidade democrática, os cidadãos e cidadãs que lá residem
são excluídos do direito legítimo de ter o seu endereço, de ter o seu lote
cadastrado, de ter a sua planta registrada, de ter o seu pequeno comércio com
alvará. Esta é a realidade! Portanto, Porto Alegre está em dívida com essas 800
comunidades que ainda estão irregulares.
A aprovação deste Projeto que aqui recebemos hoje,
de transformar essas vilas em Áreas Especiais de Interesse Social, é
simplesmente o primeiro passo de um processo de regularização fundiária que é
extremamente importante, porque, com esse documento na mão, os senhores e as
senhoras que participam do Orçamento Participativo poderão ir lá e disputar os recursos.
Por exemplo, para uma creche, o que vocês recebem? Não pode ser construída,
porque a área é irregular. Então, a partir da definição das Áreas Especiais de
Interesse Social em Lei, esse direito, que é de todos, passa a valer também
para vocês.
O Programa do Governo Lula - Minha Casa, Minha Vida
-, aí está, com 34 bilhões de reais direcionados para a regularização fundiária
e para o setor habitacional. O que é necessário para que os senhores e as
senhoras se credenciem nesse Programa? Que tenham a área regularizada, que
tenham o processo de regularização, porque, senão, vamos na Caixa Econômica
Federal, e lá dizem que não pode ser, porque a área é irregular.
Eu falo isso aqui, porque trabalhamos nesse tema da
reforma urbana, da regularização fundiária, e não podemos aceitar que uma
Cidade com a grandeza política de Porto Alegre trate a sua comunidade em duas
categorias: a categoria daqueles que têm o direito à Cidade regular e a
categoria daqueles que estão em áreas irregulares e, portanto, não têm direito
aos serviços e aos benefícios da regularidade e da urbanidade da Cidade, que
são os serviços de pavimentação, água, luz, registro de lote, direito de ter o
alvará, direito de construir a escola, a creche e o posto de Saúde nas suas
comunidades, porque o IBGE, quando vai fazer a contagem nessas comunidades, não
as considera. Portanto, na hora do cálculo para poder ir a um posto de saúde,
os senhores e as senhoras não são contados. Isso não pode mais existir em Porto
Alegre! Porto Alegre tem que dar um passo à frente! E esse passo que estamos
dando hoje é muito pequeno; significa 3% do problema da falta de regularidade
na cidade de Porto Alegre.
O compromisso dos senhores e das senhoras que estão
hoje aqui, recebendo a aprovação da lei para as 29 comunidades, é de cerrar
fileiras junto com as outras 780 que não estão incluídas para dizer:
regularização fundiária já, reforma urbana já e cidadania plena para todos os
porto-alegrenses! Porque recurso existe, falta é projeto, falta é política que
envolve inclusive a aprovação, nesta Casa, de um conjunto de outros Projetos
que já tramitam. A maioria das comunidades aqui está há 10, 12, 15 anos com
seus processos tramitando de gabinete em gabinete.
Reforma urbana já, e este passo é uma vitória da
cidade de Porto Alegre. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O nosso
Diretor Legislativo, Luiz Afonso de Melo Peres, fará uma leitura.
O SR. LUIZ AFONSO DE MELO PERES: “Termo de
Posse na Presidência. Aos vinte e três dias do mês de abril do ano de 2009, no
Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre, o Sr. Ver. Adeli
Sell assina o Termo de Compromisso para o cargo de Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, face à representação externa do Ver. Sebastião Melo,
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em Belo Horizonte, Minas
Gerais, nos dias 23 e 24 de abril de 2009, conforme o processo nº 1757/2009, e,
para constar, preencheu-se o presente termo que, lido e aceito, será assinado
pelas pessoas presentes”. (Palmas.)
(Os Vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell
trocam-se cumprimentos.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O SR. DR. RAUL: Presidente Melo, agora Presidente
Adeli, a quem saúdo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
toda comunidade que está aqui, comunidade esta lutadora, que bem demonstra, com
a sua presença, o significado deste Projeto, a aprovação dessas áreas nesta
Casa hoje.
Eu, como médico comunitário, atendo há 30 anos
pacientes na periferia da nossa Cidade, e quem me conhece um pouco sabe, desde
as ilhas do Guaíba até a Zona Norte, Humaitá, Navegantes, todas as vilas
daquela região, bem como no Partenon, Lomba do Pinheiro, Restinga, e por aí
vamos; a gente convive todo dia com a situação de dificuldades, muito
especialmente na área da Saúde, pelas quais as comunidades passam, e procura,
no dia a dia, dar o nosso
empenho, a nossa participação, para diminuir isso, para curar e para colaborar
com as comunidades.
O
que é a saúde? Saúde, na realidade, é um estado de bem-estar físico, mental e
social. Então, nós estamos falando hoje, aqui, num componente muito importante
da saúde, que diz respeito direto às crianças, aos adultos e aos idosos, que é
o bem-estar social. E nós precisamos colaborar aqui com todas essas
comunidades, as 753 vilas irregulares que nós temos, e muito especialmente hoje
com vocês, dando cidadania, dando condições para uma infraestrutura realmente
melhor, com saneamento básico. Quem trabalha num posto de saúde sabe que, em
especial as crianças que lá são atendidas, são atingidas por várias doenças,
como problemas gastrintestinais, respiratórios, que as acometem em razão da
falta de uma moradia digna e de um saneamento básico efetivo, real e
consistente. Quando chega o inverno, todas as famílias que moram numa casa
irregular, pequena, inadequada, ficarão gripadas - uma pessoa passa para a
outra -, mas se essas mesmas famílias morassem numa área com maior dignidade,
numa área melhor estruturada, essas doenças ficariam limitadas, essas endemias,
essas epidemias não se configurariam dessa maneira.
Então,
este é um dia muito importante, em especial para mim, que tenho formação em
Saúde Pública, para que a gente possa, efetivamente, avançar na cidade de Porto
Alegre, favorecendo essas comunidades, e, mais adiante, favorecer todas as
demais gradativamente.
Penso
especialmente nas ilhas, pois trabalhei por muitos anos nas ilhas do Guaíba,
lutando para que aquela região tivesse uma situação melhor. Hoje já se pode
fazer algumas coisas nas ilhas, ao contrário de quando era um parque, em que
não se podia fazer absolutamente nada, e as pessoas que estavam lá eram
desprezadas como se não existissem. Para vocês terem uma ideia, depois de
muitos anos, nós já estamos conseguindo resolver o problema da água na Ilha dos
Marinheiros. Mas ainda há lugares, tanto na Ilha do Pavão, como na Ilha Grande
dos Marinheiros, que são abastecidos por caminhões-pipa, que passam duas, três
vezes por semana, quando não há nenhum problema. Se houver um problema maior no
solo, eles não conseguem passar; se dá uma chuva mais forte, a água não chega
onde tinha que chegar. E nós temos que nos prevenir também na parte da saúde.
Nós estamos agora numa situação em que várias endemias podem retornar, e isso
envolve a nossa manifestação no sentido de que haja uma prevenção efetiva na
questão do mosquito que transmite a dengue e a febre amarela. Isso tudo tem a
ver com o saneamento básico, com moradia digna, com pessoas que saibam onde
querem viver de maneira coletiva e adequada, e que passem aos seus filhos esses
ensinamentos, porque o Poder Público procura fazer a sua parte, mas ele não tem
um alcance como a comunidade. A comunidade, unida com o Poder Público, consegue
as coisas.
Eu
até vou aproveitar para saudar o mutirão, do qual participei neste final de
semana, da Associação Conviver Melhor, numa praça em Petrópolis, onde os
próprios componentes da Associação participaram, limpando, cortando e
transformando aquela praça num local melhor de se conviver.
Então,
esse papel da Governança Solidária Local, que o Prefeito Fogaça tanto preconiza
e pela qual tanto tem feito, é de extrema relevância, e nós estamos ajudando
vocês como Vereadores, e queremos a colaboração de todos vocês para que a
sociedade seja melhor para todos. Saúde para todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell, a quem cumprimento pela presidência da Casa, que
faça um belo trabalho; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e
senhoras, comunidade, mães, pais, chefes de família, militantes pelo direito à
moradia, eu também quero parabenizá-los, porque a gente sabe o quanto é duro
dar um pequeno passo na luta pela regularização fundiária, pelo direito a morar
nesta Cidade, neste País. É bem verdade que as coisas mudaram com o Presidente
Lula, com o Estatuto da Cidade que hoje é uma realidade no País inteiro, porque
há uma determinação política, uma centralidade e uma prioridade orçamentária e
política, de que os trabalhadores deste País construam a sua moradia e tenham
direito à terra.
Essa
Área de Interesse Especial, que está no Estatuto como Zona Especial de
Interesse Social, é um dos instrumentos que o Estatuto alcança aos Municípios.
Mas é o primeiro passo, e sei que para vocês - e quero reconhecer o grupo de
trabalho que há na PGM, Ver. Valter Nagelstein, que tem que continuar
realizando o estudo de todas as outras áreas na cidade de Porto Alegre; isso é
importante que a Prefeitura faça -, os passos seguintes, senhores e senhoras,
têm, de fato, a mesma prioridade do Governo Lula com a habitação popular no
País, e que deve ser prioridade nesta Cidade também. Isso não é fácil.
Há
duas comunidades exemplares, que estavam aqui presentes, mas nós temos muitas
outras, como a comunidade São Pedro, ao lado da Amrigs, que todo o mundo
conhece como a antiga comunidade Cachorro Sentado. É uma comunidade que
conquistou, o que vocês estão conquistando hoje, há uns dez anos, mas que ainda
luta para ter a concessão coletiva da terra, por exemplo, que é outro
instrumento do Estatuto da Cidade, que o Governo do Estado resolveu não dar.
Então,
há muitas áreas, em Porto Alegre, do Governo do Estado, áreas públicas que
deveriam ser regularizadas, pois há um instrumento simplificado que concede a
regularização aos moradores, e que resolveria o problema de esgoto, porque
aquela comunidade vive no meio dos ratos; o que resolveria o problema da água,
da luz - situação que deve ser vivenciada por muitos de vocês, que não podem
ter uma geladeira ligada no calorão dos verões, ou não podem tomar um banho
quentinho no inverno. O Estatuto da Cidade já dá instrumentos para isso, mas
falta vontade política. Nós estamos brigando com o Governo do Estado em várias
áreas; e no Município, outra comunidade me dizia há pouco que conseguiram a
AEIS, em 2002, só que até agora não conseguiram a regularização fundiária,
porque o Orçamento Participativo cada vez tem menos recursos.
Eu
não quero desanimar vocês. Eu quero dizer que, se vocês vieram até aqui, é para
se empoderar e se colocar na luta mais fortemente ainda, porque se o gráfico do
Orçamento Participativo vem nessa queda (Mostra o gráfico.), como foi em 2008,
em que somente 11% das demandas foi atendida, e vocês sabem que é pelo
Orçamento Participativo que nós precisamos fazer os investimentos necessários
para vocês terem a regularização fundiária. São investimentos importantes.
O
nosso compromisso, na Câmara de Vereadores, é votar a Área Especial de
Interesse Social; é que esse trabalho continue e se estenda às outras
comunidades, mas que haja muito mais recursos para a Habitação, para a
regularização fundiária no Orçamento próprio da Prefeitura, senão o sonho fica
mais longe, senão a luta fica mais sofrida, senão não adianta o Governo Federal
colocar tanto recurso em Habitação, se o Município está em queda livre nos
investimentos; quase não há projetos no DEMHAB, demora para dar respostas.
Então,
gente, a luta continua. Mas a vitória de vocês é emblemática, porque ela diz
que é possível que a terra cumpra a sua função social. Terra não é para
especulação imobiliária, terra não é para concentração de renda, para lucro,
para moradia chique; terra é para o povo sobreviver, para o povo ter dignidade,
para o povo produzir, para o povo criar seus filhos, e é o que vocês estão
conquistando. Parabéns! Contem conosco para continuar a luta. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Saúdo
o nobre Presidente, Ver. Adeli Sell; saúdo os meus colegas Vereadores e
Vereadoras, o público aqui presente, as comunidades, os que estão acompanhando
esta Sessão pela Rádio Câmara e pela TVCâmara.
Para
quem está chegando, ou está assistindo a partir deste momento, nós estamos
discutindo um Projeto de Lei que altera os limites de Macrozonas e Subunidades,
cria Subunidades e institui Áreas Especiais de Interesse Social - AEIS - para
fins de regularização de loteamentos irregulares e clandestinos. Regularização
de loteamentos irregulares e clandestinos. Estão aqui várias comunidades,
dentre elas a Cooperativa Habitacional Santo Antônio e Moradas da Colina, o
Parque Agrícola Albion; enfim inúmeras comunidades, e poderíamos dizer não só
as 29, pois a Emenda que o PT está apresentando alcançará muitas outras
comunidades que estão fora deste Projeto, e que nós gostaríamos que fossem
incluídas. Ora, a palavra que eu diria que “pegaria muito bem” neste momento e
com que as comunidades poderiam sintetizar aqui o que estão buscando, seria
“dignidade”. As pessoas sem dignidade são aquelas que, na verdade, vão fazer
uma grande disputa, como há em Porto Alegre, no Orçamento Participativo:
demandam, no Orçamento Participativo da sua região, a pavimentação de uma rua,
e ela não é executada exatamente porque essa área é irregular. O que nós
estamos buscando aqui é dignidade. Dignidade para quê? Por exemplo, é o correio
chegar à porta da sua casa, entregar uma carta com o nome da sua rua e com o
nome do cidadão; dignidade, por exemplo, é buscar que essas famílias tenham
água, luz, e com taxas especiais, porque são Áreas de Interesse Social,
portanto, são famílias que não têm poder aquisitivo como muitas outras têm. Nós
estamos, sim, buscando dignidade através da disputa no Orçamento Participativo,
ou pelas movimentações feitas no Governo para que nós tenhamos lá na comunidade
um PSF - Programa de Saúde da Família. Dignidade é ter lá naquela região uma
possibilidade de ter, regionalmente, uma plenária do Orçamento Participativo.
Nós
percebemos que grande parte dessas comunidades fica um pouco distante dessas
disputas que são feitas em Porto Alegre, e isso vem reforçar, por exemplo, que
o Orçamento Participativo, que já está debatendo com as Temáticas, irá
posteriormente a todas as comunidades fazer a disputa das demandas que os
senhores e as senhoras têm e querem.
Eu
estava avaliando essas comunidades que, muitas vezes, são frutos do êxodo
rural; são famílias, pais, avós que vieram do interior do Estado e procuraram
se estabelecer em Porto Alegre e, exatamente por não terem poder aquisitivo ou
por não terem emprego, se estabeleceram em áreas ao redor da Cidade, muitas,
até hoje, ainda consideradas áreas de risco ou áreas ainda não regularizadas.
Então,
a busca pela regularização fundiária é um direito do cidadão, porque à medida
que o Governo Federal vem dizendo para todos nós que a Reforma Urbana tem que
passar pelo Estatuto das Cidades, e que o Estatuto das Cidades tem que passar
por uma regularização fundiária, não teria como essas famílias fazerem um
processo de reivindicação e disputa no Orçamento Participativo, se essas áreas
não fossem vistas, fossem registradas, que elas existissem para o Poder
Público. Em poucas palavras, quero dizer que também me somo a esta grande
batalha de vocês, parabenizando todas as comunidades, e dizer ao Governo
Municipal que nós temos que levar dignidade a todas as vilas da Cidade. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Quero aproveitar, neste momento, para dizer que nos honra com sua presença a
comunidade da Dom Pedro, do Eixo da Baltazar.
Também
queria comunicar aos senhores e às senhoras que a Escola do Legislativo, neste
sábado, a partir das 9h, aqui na Câmara, fará uma atividade sobre os 20 anos do
Orçamento Participativo. Estão todos convidados.
O
Ver. Lucio Barcelos está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. LUCIO BARCELOS: Em
primeiro lugar, os meus cumprimentos ao Ver. Adeli Sell, na presidência dos
trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, população das entidades
e associações que muito nos honram com suas presenças, o meu intuito, neste
momento de discussão do Projeto, é principalmente para cumprimentá-los por esta
vitória que é o início de um processo, de uma luta que é do conjunto da Cidade.
A
regularização dessas áreas inicia um processo que dá direito a que - nessas
áreas, chamadas de áreas irregulares, hoje regularizadas, a partir deste
Projeto - elas passem a ter direito a instituições ligadas à área da Saúde, da
Educação, da Assistência Social, creches, enfim, uma série de direitos que
passam a ser possíveis nesse tipo de áreas.
No
entanto, temos que nos lembrar de que os problemas ligados à área da Saúde, à
área da Educação, da Assistência, o esgotamento, enfim, os problemas gerais da
Cidade, não são problemas que dizem respeito, específica e exclusivamente, a
essas áreas, mas dizem respeito ao conjunto do Município. O fato de serem áreas
regularizadas, onde a maioria da população do Município vive, não significa que
tenhamos - temos o direito, sim, mas não temos - assistência integral e
completa de que necessitamos.
Hoje
nós vivemos em Porto Alegre uma situação de grandes dificuldades, de grandes
carências tanto na área da Saúde quanto na área da Assistência. Eu sou médico
sanitarista, vivo há muitos anos esse tipo de experiência, e nós temos diversos
problemas que afligem a nossa área e são problemas que vocês, junto com as
demais áreas que estão sendo regularizadas, têm que fazer um processo de luta,
de mobilização, de organização, para conseguirem conquistar. A conquista de um
Programa de Saúde da Família, a conquista de uma unidade sanitária, a conquista
de acesso à Saúde, a conquista do acesso à Educação é um processo que exige que
a população se organize, que exige que a população se mobilize; é um problema
que atinge o conjunto. Nós somos, em Porto Alegre, 1,4 milhões ou 1,5 milhões
de habitantes. A grande maioria da nossa população tem dificuldades de acesso à
Saúde, tem dificuldades de acesso à Educação, independente de ser e de viver em
áreas regulares ou não regulares. Evidentemente que a regularização dessas 29
áreas, e a regularização das outras 750 áreas, que ainda têm que serem
regularizadas - devem ser o mais rápido possível, para que, a partir dessa
regularização, se tenha o direito de conquistar essas questões elementares e
básicas, que são direito à cidadania. Só que isso não significa que esse
direito seja garantido, significa que desencadeia o processo de buscar esse
direito junto à população do Município de Porto Alegre.
Então,
essa é uma luta de todos nós; contem com o apoio da nossa Bancada, com o apoio
do PSOL. Parabéns a todos vocês, e vamos continuar a nossa luta, a nossa mobilização.
Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoo
a Emenda nº 07, assinada pela Liderança da Bancada do PT, de todos os
Vereadores do PT e do PSOL, que inclui as Áreas de Interesse Social aprovadas
pelo Orçamento Participativo.
Em votação os Requerimentos, de autoria deste Vereador, que
solicita a dispensa do envio da Emenda nº 07 às Comissões, e a votação em
destaque da Emenda nº
07 ao PLCE nº 015/08. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
O Ver. Beto
Moesch está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu venho à tribuna, aproveitando a presença da Procuradora Simone
Somensi, que coordenou um grupo de trabalho, Ver. Valter, e isso foi uma prioridade do Prefeito Fogaça
já nos primeiros meses de governo, em 2005, quando se constituiu um grupo de
trabalho. Esse grupo de trabalho foi constituído por Decreto, com o
acompanhamento desta Casa, porque - vou falar o óbvio, mas é importante
colocar, até porque hoje é o Dia do Planeta Terra - o maior passivo, os mais
graves problemas socioambientais do País, em cidades do porte de Porto Alegre,
em cidades metropolitanas, são justamente as áreas ocupadas de forma irregular,
seja de que forma for, ou por ocupação ou por loteamentos clandestinos. Lotes
esses vendidos por pessoas de má-fé, que se utilizam do desespero das pessoas
que necessitam de moradia, e, pela falta de uma política habitacional histórica
neste País, precisam, muitas vezes, recorrer a essa venda fácil, mas irregular,
e, por vezes, até criminosa, desses respectivos loteadores. É uma prática, é um
fato que ocorre Brasil afora, comum em países do Terceiro Mundo, Ver. Toni.
A
SMAM, assim como outras Secretarias, participou desse processo coordenado pela
Procuradoria-Geral do Município. E o que fizemos ali? Mostramos que não basta
nós darmos, Ver. Thiago, a carteira de motorista, se não tiver o carro! Aqui é
apenas o primeiro passo de uma efetiva e real regularização humana, com cara
humana, e não apenas regularizar um amontoado de pessoas, que se não for bem
estudado, que se não for bem dialogado com as comunidades que ali habitam, não
só não haverá, Ver. Haroldo de Souza, como V. Exª muito bem referiu, luz e
água, mas, em muitos casos, elas poderão continuar vivendo em situação de
risco, porque não é um loteamento comum, não é um loteamento devidamente
licenciado perante a Legislação. Em virtude dessa situação que referi, moram em
situação precária.
Eu
gostaria de colocar que ainda precisa ser feito o levantamento
topográfico, que custa muito caro.
Muitas
vezes, dependendo da localização, que não é o caso dessas 29 áreas, porque para
chegar aqui houve já o aceno e o aceite das Secretarias envolvidas, mas há
casos em que é tão caro levar água, luz, praças - e o que não foi citado aqui
-, arborização e coleta de lixo, pela localização, que vale muito mais a pena o
reassentamento digno dessas famílias. Então, é isso que tem que ser agora, de
uma vez por todas, trabalhado por esta Casa: o acompanhamento da continuidade
dessa Lei, para que a infraestrutura seja oferecida e realizada às comunidades;
que tenhamos praças com brinquedos, com canchas esportivas, arborização, água e
saneamento.
Só
para dar um exemplo de uma área que não está aqui, a Asa Branca. A Asa Branca é
uma área ocupada de forma irregular, onde mais de 20 milhões de reais são
investidos para que as pessoas possam permanecer lá, porque é uma área
alagável, mas ali se conseguiu um financiamento. Então, não basta simplesmente
regularizar no papel, e é isso que foi feito aqui, Ver. Valter Nagelstein. Aqui
houve um trabalho de anos, entre vários técnicos, o diálogo com a comunidade,
para chegar e dizer: sim, essas áreas são regularizáveis. E agora elas precisam
ainda de um passo tão importante quanto a proposta deste Projeto de Lei para a
sua efetiva regularização de forma humana. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Quero
anunciar a presença aqui, para nossa satisfação, do 1º Suplente da Bancada do
PRB, Sr. José Freitas. Seja bem-vindo entre nós, juntamente com o nosso colega
Waldir Canal, que representa o seu Partido aqui na Câmara. Ao mesmo tempo,
queria solicitar que - já que temos muitas solicitações para acesso ao Plenário
por parte de assessorias para redação de emendas - o pessoal tivesse bastante
cuidado, e que só pedisse acesso ao Plenário quando estritamente necessário,
deixando o pessoal da Segurança com mais tranquilidade para que as pessoas que
precisam falar com algum Vereador possam ter acesso a eles.
Apregoamos
a Emenda nº 08 ao PLCE nº 015/08, assinada pelos Vereadores das Bancadas do PT,
PTB, DEM, PPS, entre outros, que inclui as comunidades Beco Dona Lourdes -
Sarandi; Cooperativa Cidade Nova - Belém Velho; Jardim Marabá - Bairro Glória;
Vila Amazônia - Porto Seco; Vila Orfanotrófio - Cooperativa Semeando o Amanhã;
e Vila Kanazawa - Belém Velho, ao Projeto.
Requerimento,
de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, solicitando dispensa do envio da
Emenda nº 08 ao PLCE nº 015/08 às Comissões. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento,
de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, solicitando que seja votada em
destaque a Emenda nº 08 ao PLCE nº 015/08. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Antes
de passar a palavra para o próximo inscrito, eu vou solicitar, mais uma vez,
menos conversa no Plenário. Eu quero pedir para que as pessoas que não têm
obrigação ou necessidade imperiosa de estar no plenário, principalmente que não
estão a trabalho, para que não permaneçam no Plenário neste momento, pois nós
estamos nos encaminhando para a votação das Emendas, e essas Emendas serão
votadas uma a uma. Há dificuldades, e nós precisamos da colaboração e do
silêncio de todo mundo, por favor.
O Ver. João Pancinha está com a palavra para
discutir o PLCE nº 015/08.
O
SR. JOÃO PANCINHA: Ver.
Adeli Sell, na condução dos trabalhos desta tarde; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores; telespectadores do Canal 16; meu boa-tarde principalmente às
comunidades que estão aqui presentes neste dia que ficará marcado para todos
nós, porto-alegrenses, porque estamos estabelecendo dignidade e cidadania para
29 comunidades que estão há 15, 20, 30 anos morando nessas localidades, e
muitas vezes a pessoa que encaminhou a família para aquele local já não está
mais entre nós, mas os frutos da luta de vocês estão vindo a partir de agora.
Eu
quero saudar aqui a presença do Vereador e Secretário do Planejamento, Márcio
Bins Ely, e também da Procuradora do Município, Drª Simone.
O
nobre Ver. Valter Nagelstein já falou a respeito, mas eu quero deixar
registrado quando começou a negociação para a regularização dessas áreas: foi
através do Decreto nº 15.432, de 26 de dezembro de 2006, que instituiu a
Gerência de Regularização de Loteamentos do Município de Porto Alegre, assinado
pelo Prefeito José Fogaça e que reúne, além da Procuradoria-Geral do Município,
diversas Secretarias que determinam as diretrizes para a implantação das redes
de esgoto, do loteamento em si.
A
regularização dessas 29 áreas de Interesse Social vão trazer um benefício
enorme para essas comunidades, porque através do Orçamento Participativo... E
aqui um parêntese: o Orçamento não está caindo, o Orçamento Participativo
continua em pleno vigor. O Prefeito assumiu em 2005 com mais de 500 obras do
Orçamento Participativo atrasadas. Foi feita uma pesquisa junto às regiões do
Orçamento Participativo sobre quais as prioridades que gostariam de ter a
partir daquele momento. Muitas regiões votaram por 50% de obras atrasadas, 50%
de obras novas; 60% de obras atrasadas, 40% de obras novas. Então, o Orçamento
Participativo continua. E, através dessa regularização, os senhores e as
senhoras terão o direito de ir às assembleias do Orçamento Participativo e
lutar pela infraestrutura, por rede de água e de esgoto, rede de drenagem.
Finalmente poderemos demandar o levantamento planialtimétrico para a efetivação
do loteamento, demandar a CEEE.
Eu
quero dizer que esta é uma luta muito grande, e eu falo também pelo PMDB, que é
um Partido que cuida das pessoas, e é isso que o Prefeito Fogaça faz. Ele está
cuidando. São só 29 áreas? Não, já são 29 áreas! Estamos iniciando agora um
processo novo de regularização graças ao Decreto que instituiu a gerência de
regularização de loteamentos. Então, vocês estão de parabéns, e vamos à luta,
porque, agora, através do Orçamento Participativo, nós vamos conseguir os
investimentos de que as regiões necessitam. Muito obrigado pela atenção, e um
abraço a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para discutir o PLCE nº 015/08.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell, presidindo não só a Mesa dos trabalhos neste
momento, mas a Casa, o que muito honra a Bancada do PT; quero saudar as Sras Vereadoras e
os Srs. Vereadores, especialmente as comunidades que estão aqui conosco nesta
tarde.
Eu quero perguntar por que o Governo não acolheu -
e o Líder do Governo tem como me responder isso - as demandas do Orçamento
Participativo nos últimos anos com a inclusão das comunidades junto a essas que
aqui estão? Porque através da articulação nesta Casa, na Câmara Municipal,
através da articulação do Presidente desta Casa, o Ver. Sebastião Melo, foi que
se conseguiu produzir o Projeto que hoje estamos votando. Eu queria que o
Governo me respondesse por que não contemplou as demais comunidades que lutam
também há muito tempo por isso no Orçamento Participativo? Essa é a grande
questão. Nós não estamos aqui para ser contra as comunidades que se organizaram
- e bem o fizeram - e trouxeram o Projeto a esta Casa. A Bancada do PT vota
favoravelmente. Agora, nós queremos que outras comunidades sejam incluídas, e o
que eu ouço aqui na fala do Líder do Governo é tentar colocar essas comunidades
contra as demais comunidades da nossa Cidade. Não é isso que nós queremos; nós
queremos um projeto e um processo que dê condições da regularização fundiária,
da regularização dos lotes de todas as vilas irregulares de nossa Cidade e
vamos lutar por isso.
Hoje, estamos aqui, lutamos por vocês que estão
neste plenário, mas queremos agregar o Beco Dona Lourdes, por exemplo, que há
muito tempo luta por essa reivindicação. Nós queremos agregar mais 20
comunidades que, justamente no Orçamento Participativo, lutam há muito tempo por
essa questão.
O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Nós estamos agora regularizando 29 vilas.
Quantas foram regularizadas na última Administração do PT?
A SRA. MARIA CELESTE: Cabe a nós a
responsabilidade, neste momento, de tratar o que está acontecendo na Cidade
neste momento; não significa, Ver. Haroldo, que não se reconheça o trabalho que
se iniciou na Administração Popular, quando foram regularizadas e demarcadas
várias comunidades na Cidade como Áreas de Interesse Social. Este é o trabalho
do Executivo, e não somos nós que vamos agora ficar olhando para trás. Nós
queremos avançar, queremos contemplar aquilo que está no Orçamento
Participativo, que é discurso do Prefeito que reconhece a luta das comunidades
no Orçamento Participativo, e não o Líder do Governo vir aqui e tentar colocar
as comunidades contra as demais comunidades da cidade de Porto Alegre. Este
jogo não aceitamos, este jogo não vamos jogar.
Outra questão que me preocupa muito, e percebo que
o Vereador-Líder do Governo ainda não se deu conta de que os projetos que
chegam a esta Casa vêm para serem avaliados, analisados pelos Vereadores, e
temos todo o direito de fazer Emendas importantes para a cidade de Porto
Alegre. Este é o rito, isto é o que nos garante a Lei Orgânica do Município,
isso é o que nos garante o Regimento desta Casa, garante que podemos, sim,
respeitar as comunidades, lutar pelas comunidades, e o Regimento nos diz mais:
é prerrogativa dos Vereadores propor emendas. Bom, o Líder do Governo é novo
aqui neste plenário e talvez não tenha lido ainda o Regimento desta Casa que
garante que qualquer Vereador pode, a qualquer momento da discussão do projeto,
empreender e propor emendas, inclusive emendas corrigindo erros de redação do
próprio projeto, como fizemos. Lamento esta postura autoritária e arrogante com
que a oposição é tratada pelo Governo Municipal de Porto Alegre. Queremos
contribuir neste Projeto. Nós não queremos comunidade contra comunidade; nós
queremos todas as comunidades inseridas no processo. E o fato de colocar mais
20 comunidades dentro do projeto para que se possa agilizar o processo na
cidade de Porto Alegre não vai, de forma alguma, senhoras e senhores,
prejudicar o que os senhores já conseguiram e já conquistaram; não significa
isso. Significa agregar mais comunidades para que, de fato, estas Áreas de
Interesse Social possam sair do papel, porque ainda há uma grande luta pela
frente, uma grande conquista pela frente. Não pensem os senhores, porque está
apenas demarcado no gravame, que a luta parou e aí vão receber tudo, conforme
têm dito algumas pessoas para os senhores. Nós queremos, sim, que sejam
incluídas essas comunidades que já adquiriram esse direito no Orçamento
Participativo.
Então, líderes comunitários - como o Sr. João, lá
do Beco Marau, na vila Filomena, que ficou estarrecido, porque nós estamos aqui
na Câmara discutindo este Projeto pelo que eles lutam há muitos anos lá e
sequer tiveram o conhecimento deste processo...
Portanto, todas as comunidades que estão aqui,
parabenizo-os pela sua luta; contem com o nosso voto, com a nossa aprovação,
mas nós queremos, sim, incluir as outras 20 comunidades do Orçamento
Participativo. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o PLCE
nº 015/08. (Pausa.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 015/08.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, abri mão da minha inscrição para o período de discussão da
matéria porque acho que essas comunidades que se encontram aqui presentes
merecem uma definição urgente da matéria, objeto deste Projeto de Lei, e que
justificou a presença dos mesmos aqui no Legislativo da Cidade. Eu quero dizer,
com toda a tranquilidade, que enfrento esta matéria de forma muito serena. O
Ver. Dib, que vai ocupar a tribuna depois de mim, é meu parceiro de atividade
de regularização de vilas populares, feita há muito tempo, quando não tínhamos
esses instrumentos legais que hoje facilitam, sobremaneira, a realização dessa
tarefa.
Eu poderia vir aqui falar da Vila São Gabriel, da
São Vicente Mártir, da Jardim Europa, da Vila Ramos, da Nova Santa Rosa, da
Nova Brasília, de inúmeros conjuntos residenciais que eram irregulares quando
nós iniciamos o nosso trabalho no Departamento Municipal de Habitação, e que há
muito tempo se encontram regularizados, entre os quais, a própria Vila
Farrapos. Não o faço porque não se trata de simular vaidades, aquelas vaidades
irritadas e irritantes que acabam comprometendo um Projeto dessa ordem.
Eu não participo dessa discussão entre Governo e
oposição. Tanto é verdade, que subscrevi matérias que não têm, penso eu, o aval
do ilustre Líder do Governo, mas subscrevi, com toda a segurança, a Emenda nº
05, atendendo pedido de V. Exª, Ver. Adeli Sell, que me informou da necessidade
de uma pequena correção, substituindo a expressão “cooperativa” por “Comunidade
Habitacional 4 de Junho”, o que eu fiz, consciente de que realmente é uma
correção semântica que se justifica plenamente, porque é do interesse da
comunidade.
De outro lado, por coincidência, acompanhei o Ver.
Tessaro, o Ver. Nilo Santos, o Ver. Paulinho Ruben Berta e outros Vereadores
que assinaram proposições do ilustre Ver. Engenheiro Comassetto, que é do
Partido dos Trabalhadores. E, onde eu assinei favoravelmente, vou votar
favoravelmente. Faço isso da tribuna, com toda a transparência, de forma muito
clara. Aliás, das matérias impugnadas pelo Líder, algumas das quais têm a minha
mais absoluta solidariedade, porque eu acho que, na pressa de querer se fazer
uma Emenda que ampliasse, cometeram-se alguns equívocos relacionais que
comprometem essa própria Emenda.
Por isso estou encaminhando a votação, claro que
votando favoravelmente esta proposta. Tinha esse compromisso assumido numa
reunião de assembleia que realizamos aqui há quinze dias, de que, no dia de
hoje, estaríamos votando a matéria. Estou contribuindo para que ocorra o
cumprimento da palavra empenhada. Vamos votar favoravelmente, vamos votar três
Emendas a favor, e as outras vamos votar contrariamente. Era isso, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº 015/08.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores,
meus senhores, minhas senhoras, regularização de áreas, para mim, não é
novidade nenhuma. O Ver. Reginaldo Pujol falava agora, era meu Diretor-Geral do
DEMHAB, nós regularizamos muitas áreas em Porto Alegre. Não só regularizamos,
como urbanizamos, por exemplo, a Vila Nova Brasília, com 1.600 famílias; a
Nova Santa Rosa, 1.300 famílias; a Velha Restinga. E a primeira que nós fizemos
foi a Vila São Vicente Mártir, que, juntamente à população, terminou tendo
levado seu exemplo à
Organização das Nações Unidas, a ONU. Então eu acho que não há novidade
nenhuma.
Estranho,
e estranho muito, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
que esse Projeto esteja aqui há seis meses. Veio do Prefeito, e ninguém
apresentava emendas. Agora, em poucos minutos, em poucas horas, muitas Emendas
são apresentadas.
Então
eu vou votar favoravelmente ao Projeto e vou recomendar à minha Bancada que
faça assim, ao mesmo tempo em que vou sugerir que as Emendas sejam rejeitadas,
com exceção da Emenda nº 06, que é do próprio Governo. E depois o Governo pode,
por decreto, ainda colocar muito mais aí. Eu acho que não há o que fazer, não
há o que discutir, não há que se fazer discurso, não cabe só porque nós temos
uma plateia seleta aqui. Vamos votar favoravelmente ao Projeto e à Emenda nº
06. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Waldir Canal está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
015/08.
O
SR. WALDIR CANAL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, venho encaminhar o meu
voto nesta votação importante. Gostaria de lembrar que, lá na nossa Comissão, a
CUTHAB, nós convidamos e discutimos com os representantes das 29 áreas que
serão hoje beneficiadas por meio deste Projeto. Fizemos uma discussão, ajustes
e compromissos que ali na CUTHAB resultaram em duas Emendas, a nº 01 e a nº 02.
A Emenda nº 01 já firmamos acordo de que não vai prosperar, vamos derrubá-la; e
a Emenda nº 02, que trata do Índice Construtivo dentro dessas localidades que
serão regularizadas hoje, será aprovada. Esse é o compromisso que nós, da
CUTHAB, eu, como Presidente, firmei com a comunidade.
Temos
que respeitar, na minha opinião, o momento que estamos vivendo. Hoje está sendo
a vez dessas 30 comunidades, é a vez dessas pessoas. Nós temos 700 e poucas
vilas, num apanhado de quase 70 mil pessoas que estão vivendo em áreas
irregulares. É um universo de pessoas muito grande dentro do Município de Porto
Alegre. Então, o PRB e este Vereador encaminham o voto favorável ao
Projeto como ele está, com a aprovação da Emenda nº 02 e com esta nova
comunidade que o Governo inclui, totalizando 30 comunidades, para que não haja
prejuízo para o Projeto que aí está. Eu entendo que haverá prejuízo, se não
votarmos como está. Então, em nome das 29 comunidades - é uma opinião deste
Vereador, e respeito a opinião de outros Vereadores - que esperaram tanto
tempo, e hoje chegou a sua vez, vamos respeitar essa vez e vamos levar essa
regularização a cabo, para que termine essa situação e se dê andamento ao
processo. Muito obrigado, Presidente. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do PLCE nº
015/08.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores (Lê.): “A questão habitacional exige um cuidado
apurado da Administração Pública. A moradia do cidadão é um direito fundamental
inerente à dignidade da pessoa humana, ou seja, ocupa lugar central no
pensamento filosófico e político como valor fundamental da ordem jurídica de
nossa sociedade, sustentando um dos pilares do Estado Democrático de Direito.
Nesse
contexto, a regularização fundiária assume importante papel, pois é a base para
a prestação de uma série de serviços públicos. Além disso, no momento em que se
regularizam as ocupações irregulares em qualquer uma de suas modalidades,
estamos resolvendo problemas habitacionais e acalentando a tão sonhada
tranquilidade das famílias que residem em áreas que não proporcionam segurança
jurídica da posse e propriedade, muito menos oferecem serviços públicos
adequados.
Porto
Alegre, faz algum tempo, enfrenta esta realidade de modo especial. Para tanto,
a Prefeitura Municipal estruturou uma série de instrumentos jurídicos e
urbanísticos, cuja finalidade é dar novo paradigma no trato da irregularidade
urbana como Política Pública, observando, desta forma, tanto o ordenamento
jurídico nacional [o Estatuto das Cidades] quanto o ordenamento jurídico local.
Tendo como base este desiderato, em 26 de dezembro de 2006, foi criada a
Gerência de Regularização de Loteamentos, através do Decreto, assinado pelo Sr.
Prefeito Municipal, José Fogaça, nº 15.432, de 26 de dezembro de 2006, que é
coordenada pela Procuradoria-Geral do Município - PGM - e possui, em sua
estrutura, além de um núcleo jurídico, um núcleo de análise urbanística
coordenado pela Secretaria do Planejamento Municipal [e aqui eu cumprimento o
Sr. Secretário do Planejamento, que nos distingue com sua presença, o
Secretário Márcio Bins Ely, que dá a todos os senhores, senhoras e a todos os
Vereadores a importância deste Projeto para a Prefeitura Municipal] e um grupo
técnico de regularização fundiária composto por representantes de diversos
órgãos, como da SMAM, do Departamento de Esgotos Pluviais - DEP, Departamento
Municipal de Água e Esgotos - DMAE, Secretaria Municipal de Obras e Viação -
SMOV, Secretaria Municipal da Coordenação Política e Governança Local e
Departamento Municipal de Habitação.
Foi
no desenvolvimento do trabalho dessa Gerência que se vislumbrou a necessidade
da edição de uma lei para a instituição de Áreas Especiais de Interesse Social
nos locais onde há loteamento irregular ou clandestino consolidado, na forma
prevista no inc. II do art. 76
da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, o qual viabiliza a
regularização destes loteamentos e a manutenção de habitação de interesse
social através da adoção de padrões especiais de parcelamento e uso do solo e
da permissão de normas construtivas específicas para núcleos habitacionais
consolidados.
As
AEIS, denominadas ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social) no Estatuto da
Cidade, permitem que os loteamentos irregulares ou clandestinos sejam melhor
integrados à cidade. Ao gravar uma área como Área Especial de Interesse Social,
permitimos que esta seja regularizada no próprio local com regras
diferenciadas, respeitando as peculiaridades de cada uma das regiões e de cada
um dos loteamentos, enfim, que V. Sas vêm aqui hoje representar,
tais áreas poderão ser urbanizadas, considerando, sempre que possível, a forma
como o núcleo está organizado”.
Não
haveria tempo, senhoras e senhores, para que eu lesse completamente o Projeto,
então eu passo às justificativas do Governo Municipal. Passo ao final, dizendo
o seguinte (Lê): “Como visto, o presente Projeto de Lei Complementar presta-se
ao desenvolvimento dos processos de regularização das áreas elencadas, a fim de
se promova os demais atos necessários à sua regularização e os competentes atos
de outorga da posse e da propriedade a estas populações. Ademais, a
regularização fundiária atualmente exige ser tratada como uma política pública,
porque a sua dimensão de irregularidade urbana é de tal monta [e já foi dito
que em Porto Alegre são 753 áreas, e nós precisamos ir avançando de forma
responsável, como estamos fazendo. Algumas, como no caso da Asa Branca, por
Decreto; outras, por Lei, como estamos fazendo hoje no caso de V. Sas],
que deixa de ser um problema individual para ser um problema difuso, que acaba
por afetar toda a coletividade. Por isso, a necessidade de ponderar todos os
aspectos, verificando como enfrentá-los de forma a minimizá-los, melhorando as
condições urbano-ambientais [e cuidando do meio ambiente, sim] de toda a
coletividade”.
É
por isso que nós encaminhamos o Projeto; é por isso que nós estamos solicitando
e orientando os Srs. Vereadores para a aprovação do Projeto, com a aprovação da
Emenda nº 06, que inclui mais uma região - portanto, serão 30 regiões, mas
esta, sim, analisada à exaustão pelo Poder Municipal -, e dando aprovação para
a Emenda da oposição, do Ver. Comassetto, trabalhada na CUTHAB com vários
outros Vereadores, que aumenta para 1.3 o índice construtivo, em 75%, enfim,
cria uma série de benefícios; como nós, o Governo Municipal, já estão avançando
na concessão disso, o que não é favor, mas é um direito que vocês têm e que nós
estamos consubstanciando em realidade, para que nós pudéssemos ir um pouco mais
além e considerar a realidade de cada uma das regiões dando esse índice
construtivo.
Sr.
Presidente, eu agradeço aos Srs. Vereadores, e faço um apelo para que a base do
Governo caminhe mais uma vez da forma que tem sido, Ver. Mario Manfro, em
uníssono, no sentido de nós continuarmos trabalhando em prol daquilo que é o
interesse maior da coletividade de Porto Alegre.
E
concluo, Sr. Presidente, dizendo que jamais, em momento algum, foi interesse do
Governo opor comunidades - a história é testemunha disso. Nós não colocamos uma
comunidade contra a outra; o que nós estamos dizendo é que, de forma
responsável, nós estamos dando os passos que as nossas pernas permitem dar. Vamos
resolver as 30 comunidades agora, e vamos assumir esse mesmo compromisso de
urgência nesta Câmara de Vereadores, junto com o Ver. Dib, Presidente do Plano
Diretor, e com todas as outras Bancadas, para nós, no prazo mais breve
possível, podermos resolver esse grave flagelo da realidade social e urbana
brasileira, regularizando as 753 comunidades irregulares que ainda perduram,
infelizmente, como uma chaga, uma ferida aberta na nossa Cidade.
Parabéns
pela conquista do direito de vocês! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação, a Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 015/08. (Pausa.) A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação da
Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 015/08.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não usarei todo o
tempo destinado para este encaminhamento, mas quero apenas chamar a atenção dos
Srs. Vereadores, porque a Emenda nº 03 trata de um preciosismo daquilo que já
está previsto na Lei e que o Prefeito coloca na sua Justificativa, mas não faz
a redação na Lei. Então, na realidade, nós estamos simplesmente adequando na
legislação o que já está colocado na Justificativa, quando o Prefeito diz
(Lê.): “Ressalta-se que o gravame de AEIS não exime o loteador faltoso das
ações civis e penais cabíveis. Trata-se apenas de uma fase do processo de
regularização”. Ele diz isso na Justificativa, senhoras e senhores, mas ele não
coloca no Processo, não está no teor da redação do Projeto. Portanto, nós
fizemos uma Emenda, zelosos como somos, colocando exatamente nos termos do art.
218 da Lei Orgânica do Município: os loteadores ou parceladores serão
notificados pelo Município para proceder à regularização dos seus loteamentos
irregulares ou clandestinos que passam a fazer parte das AEIS consagradas pela
presente Lei. A regularização de que trata o caput deste artigo deverá ser realizada de acordo com a legislação
vigente. O Município, juntamente com os moradores envolvidos, poderá assumir a
regularização dos loteamentos referidos, sem prejuízo das ações punitivas
contra o loteador infrator. Portanto, nós estamos colocando no corpo da Lei
aquilo que o Prefeito manifesta na sua Justificativa. Eu não entendo o porquê
da argumentação do Governo para não querer votar esta lei. Nós estamos,
inclusive, regulamentando o que diz a Lei nº 6.766, Lei nacional, e o que diz a
nossa Lei Orgânica no seu art. 218, fazendo com que a responsabilidade do
loteador sobre o equipamento seja de fato cumprida pelo Município, para que, depois,
os senhores e as senhoras não sofram as penas decorrentes. Portanto, eu chamo a
atenção dos nobres Vereadores para que votem favoravelmente esta Emenda.
Obrigada, Sr. Presidente.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Haroldo de Souza, a Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 015/08. (Pausa.) (Após
a apuração nominal.) REJEITADA por 11 votos SIM e 22 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 04, destacada, ao
PLCE nº 015/08. (Procede-se à leitura da Emenda.) O Ver. Engenheiro Comassetto
está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 04, destacada, ao
PLCE nº 015/08.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente,
Ver. Adeli Sell; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores,
comunidades aqui presentes, esta Emenda foi construída ao longo do processo e
num debate que fizemos na CUTHAB - Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação -, e apresenta, para este Projeto, o Regime Urbanístico para que
possa dar continuidade ao processo de legalização das áreas. O que é o processo
do Regime Urbanístico? A Lei que veio do Executivo listou as 29 comunidades, apresentou o mapa, gravando
no mapa essa área. Mas o que pode ser feito dentro dessa área não estava dito;
estava dito que para cada uma delas deveria tramitar um projeto até chegar ao
Prefeito, que fará o Decreto de uma a uma, e, a partir daí, com as informações
necessárias vai dar continuidade ao processo de regularização fundiária.
Portanto,
o Regime Urbanístico trata de quantas habitações pode haver por hectare. Como
nós já temos um padrão, construímos esta Emenda em conjunto com a Secretaria do
Planejamento e com a Arquiteta do Gabinete do Prefeito, Rosane Zottis,
analisando todos os Decretos que o Prefeito executou no último ano para Área
Especial de Interesse Social, e discutimos com as comunidades, entre nós -
todos os Vereadores da CUTHAB -, e apresentamos esta Emenda. Com a apresentação
e a aprovação desta Emenda, quando vocês ganharem a topografia para a área,
quem for fazer a topografia já sabe que há um padrão urbanístico e que para uma
área, por exemplo, de 100 metros quadrados, estamos sugerindo 1,3 de índice de
aproveitamento. O que quer dizer isso? Que pode ter uma casa em cima da área de
130 metros quadrados. Podem perguntar: mas se tem 100 metros quadrados o
terreno, como pode a casa ter 130 metros quadrados? Uma casa com dois pisos de
65 metros quadrados será permitida em cima desses lotes. Regularizando ou
construindo uma nova.
Mas,
se a construção ultrapassar esse índice, e tiver 140 metros quadrados?
Apresentamos, nesta mesma Emenda, um parágrafo que diz o seguinte: “... que as
edificações constantes da planta cadastral [ou seja, da planta que saiu da
topografia, que é base do Estudo de Viabilidade Urbanística] poderão ser
regularizadas independente dos padrões definidos nesta Lei, em qualquer tempo.
As demais deverão atender ao disposto na presente Lei”.
Então,
em um terreno, onde já há a casa do pai, e a do filho, nos fundos, se
ultrapassa o tamanho permitido, ele será reconhecido e regularizado como um
caso específico, quando o engenheiro ou o arquiteto fizer o planejamento.
Esta
Emenda foi construída a muitas mãos e com muitos debates. Não é uma Emenda para
prejudicar o processo; pelo contrário, é uma Emenda que vai agilizar os
projetos, porque não será preciso haver um trâmite administrativo de um
a um para construir o Decreto. Eles já poderão, isso sim, entrar com a planta
da topografia com todos esses dados para iniciar, lá na Secretaria de
Planejamento, a regularização final, indo para a regularização final para
adquirir o quê? O registro do lote, que é aquilo que cada um aqui
definitivamente busca. Também para dar condições para que o arquiteto, o
engenheiro que esteja fazendo o projeto avance nisso rapidamente já para mandar
para a CEEE, para que ela possa fazer o planejamento da energia elétrica, por
exemplo. Então, esta Emenda - eu quero ressaltar a todas as comunidades, sei
que é um tema difícil - nós discutimos, concertamos, o Líder do Governo já veio
aqui dando o acordo na votação desta Emenda construída a muitas mãos. Eu
propus, sim, mas também são autores os Vereadores Nelcir Tessaro, Alceu
Brasinha, Waldir Canal, o presidente da nossa Comissão, a CUTHAB; João Pancinha
e Paulinho Ruben Berta. E foi dado acordo, até agora, por todos os demais
Vereadores. Um grande abraço! Esta é a nossa contribuição para que o processo
avance. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 04,
destacada, ao PLCE nº 015/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 26 votos SIM e 06 votos NÃO.
Em
votação a Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 015/08. (Procede-se à leitura da
Emenda.) A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a votação da
Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 015/08.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; encaminho esta Emenda
construída pela nossa Bancada, junto com a Bancada do PSOL, que são todas as
outras comunidades já solicitadas, ao longo dos últimos cinco anos, no
Orçamento Participativo, e também a regularização e a regulamentação como Área
de Interesse Social.
Acho
positivo que possamos fazer esse trabalho, e em nada vai estar desconstituindo
o trabalho das 29 Áreas de Interesse Social, que vieram no Projeto.
Eu
ouvi durante esta tarde a manifestação de alguns líderes, especialmente do
Líder do Governo, chamando-nos de demagogos, porque incluíamos na Emenda
algumas comunidades. E agora, verificando no processo, eu vejo que o Líder do
Governo encaminhou, na Emenda nº 06, uma nova comunidade. Então, não serão 29,
serão 30, e uma produzida aqui, colocada agora à tarde, com a qual concordamos.
Nós queremos a inclusão das demais comunidades. Agora, não venha nesta tribuna
fazer um discurso contra a Bancada do PT, dizendo que ela é demagoga, que
encaminha as comunidades na última hora. E o Líder do Governo faz a Emenda nº
06, e inclui uma comunidade neste Projeto. Não faça esse jogo, fica muito feio
para o Líder do Governo colocar as comunidades umas contra as outras! Não há
problema nenhum em usar da sua prerrogativa de Vereador e fazer uma Emenda como
fez o Ver. Valter Nagelstein que, na Emenda nº 06, apresenta uma nova
comunidade.
Então,
senhoras e senhores, o que quero trazer e demonstrar aqui é que assim como o
Ver. Valter Nagelstein pôde fazer uma Emenda e acrescentar uma comunidade que
não estava no Projeto das 29 que os senhores defendem, que nós defendemos aqui,
a Bancada do PT também teve o cuidado de ir aos PIs do Orçamento Participativo
e resgatar aquelas comunidades que não foram contempladas. Trata-se apenas
disso: nós estamos acrescentando essas comunidades que foram mencionadas pelo
Sr. Presidente e que queremos sejam incluídas neste Processo, para que, conjuntamente,
a cidade de Porto Alegre comece um processo de regularização das Áreas de
Interesse Social. Não temos problema nenhum, vamos votar favorável à Emenda do
Líder do Governo, com certeza, porque nós queremos a inclusão dessa comunidade
que ele apregoou aqui, agora à tarde. Mas nós queremos o voto dos senhores e
das senhoras nas demais comunidades que nós também listamos. Muito obrigada.
(Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº
07, destacada, ao PLCE nº 015/08.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos
acompanha até este momento, na primeira fala que eu fiz nesta tribuna, hoje, eu
dizia que toda a mobilização que está aqui foi construída por essas
comunidades. Todos os movimentos, passo a passo, foram cautelosos,
sistemáticos, organizados para que garantíssemos a participação e a aprovação.
Os
senhores e as senhoras conhecem o processo. A burocracia, às vezes, nos
atropela, e vocês sabem que não aprovar essas Emendas hoje que estão sendo
encaminhadas significa o Veto do Prefeito, a volta para cá e um tempo
interminável que vai impossibilitar nós entrarmos, imediatamente, ainda este
ano, com muitas coisas importantes para a comunidade, como o processo do OP e
os encaminhamentos de Projetos em plano federal.
Portanto,
o meu voto, neste momento, não é contra nenhuma possibilidade. Por exemplo,
vamos pegar a Vila São Judas Tadeu, já tem AEIS, foi uma luta nossa! Alguém
aqui vai dizer que qualquer um dos Vereadores foi contrário? No entanto está
nesta Emenda, já está prejudicada por um erro de encaminhamento! Imaginem o que
significa o atraso! Portanto, neste momento, o PCdoB vota com as 30 que aqui
foram encaminhadas, e o compromisso de estarmos, sistematicamente,
imediatamente, ajudando a elaborar um novo Projeto para que todas as outras 700
e poucas comunidades possam também ser agregadas. O que, infelizmente, no
Governo da Frente Popular, nós não conseguimos na época; mas isso não tira o
brilhantismo do trabalho feito. Mas é este Governo e é esta Plenária que vai
aprovar a vitória das comunidades que estão aqui! Muito obrigada. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda
nº 07, destacada, ao PLCE nº 015/08.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero, em primeiro
lugar, cumprimentar a Verª Maristela Maffei pelo pronunciamento que fez, que
foi absolutamente coerente. Aliás, vai na mesma esteira do que nós estávamos
afirmando e do compromisso que é firmado pelo Governo de nós encaminharmos, de
forma muito rápida, a solução dessas outras comunidades que aqui estão.
Mas
são duas coisas distintas, gente, e que não podem, necessariamente, serem
tratadas da mesma forma, por uma simples questão que é técnica, não é questão
de Governo. E não imaginem que nós não nos sensibilizamos com isso. A senhora
que me perdoe, mas não me recordo o seu nome, esteve com uma comitiva de
pessoas do Beco Dona Lourdes, que estão sofrendo um despejo, foram recebidas na
presidência por uma Comissão de Vereadores. Todos nós nos sensibilizamos, todos
nós queremos, da forma mais rápida possível, atender a um problema que é
emergencial. É para ontem o problema deles! Assim como é para ontem o problema
das outras comunidades, também, que se somam, agora, nesta Emenda que faz o PT.
Mas tudo tem momento; tudo tem técnica.
E,
aqui, nós estamos tratando isso de forma muito séria. Poderia ser aprovado, se
esse grupo de trabalho que eu referi, Srs. Vereadores - grupo de trabalho
formado pela Procuradoria-Geral do Município, pela Secretaria de Planejamento,
pela SMAM, pelo DEP, pela SMOV, DEMHAB, Secretaria Municipal da Habitação -, se
todas essas instâncias técnicas tivessem previamente analisado a questão dessas
novas comunidades que, agora, querem ser incluídas no Projeto. Essas questões
não foram analisadas; infelizmente não foram.
Todos
nós estamos assumindo, tenho certeza, todos os Vereadores, um compromisso. É de
forma absolutamente diligente, rápida, célere, o compromisso que assumimos de
encaminhar o trabalho, os estudos dessas comunidades que não estão aqui
contempladas.
Mas,
por amor à justiça, não vamos criar problemas para as comunidades que já se
mobilizaram, que já estão recebendo a sua conquista hoje! Vamos olhar para o
futuro, um futuro breve, e vamos dizer o seguinte: por essas comunidades -
isso, eu já disse, não é favor, é um direito -, nós vamos nos mobilizar para
que elas também alcancem esse mesmo direito, mas passando pelas instâncias
técnicas, fazendo a discussão devida; isso, sim, é o correto.
E
aí a gente vem a esta tribuna falar alguma coisa que é séria, que é verdadeira,
porque nós não temos compromisso com a ilusão, não queremos enganar ninguém, e
aí nos acusam de arrogantes e prepotentes. Mas o que mais falta na política do
Brasil é haver quem olhe para as pessoas e tenha a capacidade e a coragem,
inclusive, de dizer um não, quando é necessário ser dito, porque todo mundo
está cansado de ser enganado. E nós não estamos aqui para enganar ninguém! E se
tivermos, infelizmente, que desagradar algumas pessoas, dizendo não neste
momento, nós estamos dizendo não de forma muito responsável e assumindo um
compromisso, de forma muito breve, para tratarmos o problema dessas pessoas que
não estão contempladas aqui. Mas que elas compreendam, por uma questão de
justiça, que a questão delas é importantíssima, mas não pode ser misturada nem
confundida com a questão dos outros que já estavam organizados e mobilizados.
Vamos
todos assumir esse compromisso juntos, e vocês estão convidados.
Vamos
resolver o problema dessas mais de 753 comunidades de Porto Alegre, mas vamos
avançando naquilo que é possível, de forma responsável, passo a passo. E é
assim que tem sido feito.
Então,
Sr. Presidente, a orientação é de nós não aprovarmos essa Emenda, e de nós
continuarmos caminhando naquilo que é o propósito maior do Governo do Prefeito
José Fogaça. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação da
Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 015/08.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO:
Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que lutam pela regularização fundiária, para o senhor que
faz o gesto aí atrás, somos solidários às demais comunidades que buscam o mesmo
direito que o senhor está conquistando hoje.
Eu
quero dizer que, no mínimo, no mínimo, quando uma oposição é responsável e
criativa, ela provoca na política que o Governo assuma alguns compromissos. O
Líder do Governo acabou de sair da tribuna assumindo um compromisso de
imediatamente enviar para esta Casa um Projeto para as outras comunidades, que
não foi enviado neste momento. O que é dito aqui, nesta tribuna, é palavra de
honra e palavra compromissada.
Portanto,
meus prezados lutadores pela regularização fundiária, quando se trabalha uma
questão de emendas não é para desestimular, ou, vou usar uma palavra aqui
forte, “sacanear” aqueles que estão adquirindo um direito. Não. É para estender
esse direito universal a todos aqueles que ainda não o têm.
Eu quero dizer aqui o
seguinte: essa Emenda que foi apresentada aqui para essas 20 comunidades, não
caiu do céu; essas 20 comunidades têm um estudo elaborado, e ele foi aprovado
em dezembro de 2004 - vejam só: dezembro de 2004 - e tem cópia digital. Os
Conselheiros do Orçamento Participativo têm cópias - ali está o Everson, que é
Conselheiro, podem pegá-las com ele - que aqui estão listadas: 736 comunidades
irregulares, cada uma delas com nome, endereço e número do processo. Portanto,
elas não estão sendo inventadas hoje. E lá na equipe de regularização
fundiária, que fica num edifício no Centro da Cidade, há uma sala com paredes
dessa altura que não tem mais espaço para processos. Quais processos são? São
exatamente esses. Eu poderia pegar aqui, por exemplo, e dizer que lá no
Loteamento Costa do Cerro - isso fica lá na Região 8, o número do processo dele
é 225.372.305 - que fica lá em Belém Novo, com 180 famílias e que está lá desde
1989. Portanto, eu estou dizendo aqui que, com relação a todos esses Projetos,
existem pessoas que moram, há uma estrutura em que foi feito um loteamento
irregular, ou não, há um processo que está tramitando, há estudos feitos,
cadastro - eu não sei quantos já foram feitos de cada uma das comunidades. Sabe
aqueles cadastros que chegam lá no DEMHAB? Nome, endereço, não sei o que mais.
Daí a três meses volta lá, o DEMHAB voltou a fazer o cadastro lá do Chapatral,
lá do Campo Novo. Bom, está consolidada. Lá está o seu Natalino, lá da Nossa
Senhora de Belém do Lami, e tantas outras que não estão aqui. Portanto, aqui
está o Beco Dona Lourdes, que está lá com a ordem judicial, e o Batalhão de
Choque sendo mobilizado para despejar 44 famílias que estão lá há 55 anos, e
que não foram incluídas neste estudo! Esta Casa aqui já fez uma, duas, três,
quatro, cinco, seis, dez Audiências Públicas com todas essas comunidades,
recebendo-as, tirando encaminhamentos. A maioria delas têm... (Falha técnica no
som do microfone.) assinada pelo Sr. Prefeito no sentido de regularizar. Vou
citar aqui o exemplo de uma: Jardim Marabá, aqui na Glória, no centro da
Glória, a dois mil metros do Centro da Cidade: 800 famílias, 17 hectares, estão
lá há 15 anos. Há uma carta aqui assinada pelo Prefeito Municipal, datada do
dia 11 de abril de 2007, dizendo que já enviaria o Projeto para esta Casa e que
os estudos estavam todos prontos. Os estudos não vieram e também não foram
incluídos na lista que o Governo mandou. Portanto, há oposição neste momento.
Ter uma proposta que inclua algumas comunidades mais - e nós temos segurança e
certeza absoluta de que já existem estudos - é provocar para que o Governo
elabore, ande mais rápido e que trabalhe não só com as 29, que já estão
garantidas, mas que trabalhe as 750 vilas que estão irregulares, e, na proposta
enviada a esta Casa para a revisão do Plano Diretor, não foi incluída nenhuma
delas na política de regularização fundiária. É isto que nós estamos
discutindo, meu querido Valter, e nós estamos aqui para o contraditório
propositivo, construtivo. O senhor já assumiu aqui um compromisso, e o Governo
vai ser rápido para encaminhar as demais regularizações. Queremos aprovar as
Emendas, pedindo o voto de todos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
meus senhores e minhas senhoras, quando me pronunciei, eu disse que minha
Bancada votaria pelo Projeto e votaria a Emenda nº 06, porque a Emenda nº 06 é
do Governo, e está bem-feita. Agora, a oposição aproveita uma oportunidade, e
depois se faz de vítima e acrescenta 26 novas comunidades. Eu não digo que as
26 não mereçam, merecem sim, mas só que não foram estudadas; só botar o nome
aqui não adianta, pois nós corremos o risco de votar isto aqui e o Prefeito
veta, depois vem aqui, nós vamos ter mais tempo para discutir o Veto, e o que
já está resolvido deixa de ser resolvido. Por isso a minha Bancada vota
contrariamente à Emenda nº 07.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 07,
destacada, ao PLCE nº 015/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por
08 votos SIM e 23 votos NÃO.
Em
votação a Emenda nº 08, destacada, ao PLCE nº 015/08. (Pausa.) (Procede-se à
leitura da Emenda nº 08.) Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de
Souza, a Emenda nº 08, destacada, ao PLCE nº 015/08. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) Aprovada por 16 votos SIM
e 15 votos NÃO.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLCE nº 015/08.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 05 ao PLCE nº 015/08. Nessa
Emenda, onde se lia “Cooperativa”, leia-se
“Comunidade Habitacional 4 de Junho”. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.
Retifico
a votação da Emenda nº 08, destacada, ao PLCE nº 015/08. Como é maioria
absoluta, nós necessitaríamos de 19 votos; tivemos 16 votos, portanto está REJEITADA a Emenda nº
08, destacada, ao PLCE nº 015/08 por 16 votos SIM e 15 votos NÃO. A
Mesa esteve equivocada e faz a correção. Agradecemos aos Vereadores que nos
alertaram para essa questão.
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, a
renovação da votação da Emenda nº 08, porque o Plenário estava confuso e houve
mudança de votos.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Legalmente
é possível, mas deve ser encaminhado o Requerimento com a devida justificativa
e será devidamente apreciado.
Emenda
nº 06, de autoria do Ver. Valter Nagelstein, ao PLCE nº 015/08. (Procede-se à
leitura da Emenda.) Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza,
a Emenda nº 06 ao PLCE nº 015/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA
por 31 votos SIM.
Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de
Souza, o PLCE nº 015/08. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por
32 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 6296/08 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 052/08, que dá nova
redação ao artigo 1º da Lei nº 6.466, de 20 de outubro de 1989, que declara de
utilidade pública a Sociedade de Auxílio Mútuo.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Nelcir Tessaro: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLE nº 052/08. (Pausa.) O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 052/08.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, a Casa ainda vive com entusiasmo a votação que acaba de ser
realizada e, eventualmente, poderá ser surpreendida com a votação de outra
matéria que não estava inserida no contexto que até agora se discutiu. O que
diz este Projeto de Lei do Governo Municipal? (Lê.): “Dá nova redação ao art.
1º da Lei nº 6.466, de 20 de outubro de 1989,que passa a constar com a seguinte
redação: ‘Declara de utilidade pública, nos termos da Lei nº 2.926, de 12 de
julho de 1966, a Associação de Auxílio Mútuo - Assam - com sede e foro nesta
Capital’”. O que é que dizia a Lei anterior, que se está modificando? Releva
saber o que é que a Lei dizia para se observar qual o efeito da correção.
Diz o Parecer prévio que a matéria está em
conformidade com a Lei Municipal, que estabelece as condições e tal, e que não
há enquadramento jurídico à tramitação da matéria.
Mas, no mérito, quem vai nos esclarecer melhor
sobre o assunto é exatamente o Ver. Nelcir Tessaro, que diz (Lê.): “A
proposição apresentada pretende apenas proceder à alteração da denominação de
Sociedade de Auxílio Mútuo para Associação de Auxílio Mútuo, com vistas a
adaptar os estatutos sociais da entidade às novas diretrizes do Código Civil
vigente”.
Nessas condições, não há o que se discutir. A entidade
é meritória sob todos os aspectos, é uma simples correção. Eu me avancei em vir
a esta tribuna, porque, claramente queria me esclarecer do que eu estava
votando. Voto, com a maior tranquilidade, e agradeço ao Ver. Nelcir Tessaro por
ter sido esclarecedor em seu Relatório. Era isso, Sr. Presidente. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o
PLE nº 052/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Está encerrada a Ordem do Dia.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0675/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 013/09, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que altera os arts. 2º e 3º da Lei nº 6.781, de 4 de janeiro
de 1991, que institui o Sistema Municipal de Estacionamento de Bicicletas –
Bicicletários – no Município de Porto Alegre, atribuindo obrigação a “shopping
centers”, hipermercados, órgãos públicos municipais, parques, instituições de
ensino das redes pública e privada, hospitais, instalações desportivas e casas
de cultura e dando outras providências.
PROC.
Nº 1007/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 039/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Gen. Zenóbio da Costa o logradouro
público cadastrado, conhecido como Viaduto José Loureiro da Silva – Acesso João
Pessoa -, localizado no Bairro Centro.
PROC.
Nº 1471/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dr. Walter Winkler o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 6447, localizado no Bairro Guarujá.
PROC.
Nº 1561/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 058/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Waldemar da Silva Tavares o logradouro
público cadastrado, conhecido como Rua 6446 – Loteamento Caminho do Sol –,
localizado no Bairro Guarujá.
PROC.
Nº 1601/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 061/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dr. Sady Soares o logradouro público
cadastrado, conhecido como Rua 6442, localizado no Bairro Guarujá.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir a Pauta.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, há inúmeros Projetos
que estão na Pauta, que não nos chega às mão neste momento, dada a quantidade
de Emendas que nós tínhamos. Evidentemente, não consegui nem com o socorro do
Vereador do PSOL, que me entregou a Ordem do Dia, e não os assuntos da Pauta.
Eu gostaria de ser socorrido pelos companheiros Vereadores para que me
entregassem a relação para que eu lembrasse o assunto pelo qual eu queria vir à
tribuna. (Pausa.)
É
um assunto de grande relevância, o Projeto de autoria do Ver. Waldir Canal, que
institui o Sistema Municipal de Estacionamento de Bicicletas, os bicicletários,
no Município de Porto Alegre, atribuindo obrigação a shopping center, a
hipermercados, órgãos públicos municipais, parques, instituições de ensino das
redes pública e privada, hospitais, instalações desportivas e casas de cultura,
dando outras providências. Este Projeto seguramente vai despertar a atenção do
Ver. Mauro Zacher, que, sistematicamente, tem se posicionado a favor das
ciclovias, e que evidentemente verá integrado na sua linha de raciocínio este
Projeto, que propõe que em vários estabelecimentos seja estabelecida uma área
de estacionamento, os chamados bicicletários, para serem utilizados pelas
bicicletas.
Precisa
ser examinado sem nenhum preconceito. É verdade que, muitas vezes, há um certo
preconceito quando se impõem obrigações a terceiros, a agentes da sociedade
civil organizada ou a empreendedores da Cidade, isso é, exclui os organismos
públicos dessa exigência. No caso, ele erga omnes para todos. Ele,
evidentemente, tem que ser considerado sob esse aspecto que qualifica o
Projeto, porque ele não tem o preconceito de ser contra determinado segmento.
Ele é amplo, geral e, evidentemente, tem que ser entendido e discutido. Passa
hoje pelo primeiro dia de Pauta e poderá oportunamente merecer maiores
considerações da nossa parte, através de um estudo mais aprofundado, o que nos
ensejará o período de hoje para amanhã, quando nós entraremos em contato com
esse Projeto na sua integralidade.
De outro
lado, quero salientar que os demais Projetos da Pauta, de autoria do Ver. João
Carlos Nedel, se destinam, na sua totalidade, à denominação de vários
logradouros públicos cadastrados, e que, obviamente, serão objeto de exame
acurado durante a análise nas Comissões, sendo dispensável, por conseguinte, que
se façam maiores análises quanto ao seu mérito neste período de discussão de
Pauta, em que pontificou claramente a proposição do Ver. Canal a respeito do
Sistema Municipal de Estacionamento de Bicicletas - Bicicletários - no
Município de Porto Alegre, Projeto que certamente irá gerar polêmica, na qual
nós haveremos de estar integrados naturalmente. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores,
senhores que estão aqui, quero agradecer ao meu Líder, Nilo Santos, que me
permitiu vir aqui falar, e aos Vers. Marcello Chiodo, Nelcir Tessaro e ao
extraordinário amigo DJ Cássia, eu venho aqui, Ver. Adeli, mais uma vez, falar
do Carrefour.
(Manifestações
no Plenário.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: Acho
que está proibido querer falar do Carrefour aqui! Por quê? Bater nos pequenos é
fácil, mas bater nos grandes é que eu quero ver! Ver. Dib, o Carrefour faz tão
mal para a Cidade, e ainda tem gente me criticando no jornal! É porque esse
cidadão não tem nenhuma empresa! Ele ganha um bom salário, é um belo
funcionário da RBS, e ele critica. Mas quero dizer para ele que vá lá ao
Carrefour. Vá lá, para ver se não enfrenta uma fila de meia hora, uma hora ou
mais. Eu costumo vê-lo no Zaffari, comprando à noite. Por que ele vai no
Zaffari? Porque o Zaffari é um supermercado de gabarito, porque dá emprego,
mantém a qualidade do serviço e colabora muito com a Cidade. Muito! Mas o
Carrefour faz mal para a Cidade, e só porque são grandes eu não posso falar
deles?
Eu
vou continuar falando, Ver. Adeli Sell, porque eu defendo os pequenos. Gosto de
defender o micro, o pequeno e o médio empresário, Ver. Mauro Pinheiro, e não
esses gigantes que chegam aqui e correm com todo mundo. Por que eles não fazem
uma pesquisa onde eles se instalam, de quantas empresas têm - quantas médias,
pequenas e micro empresas -, quantos funcionários elas empregam, para eles
verem que o emprego que eles dão é pouco? Eles dão muito pouco emprego, Ver.
Haroldo. O senhor é cliente do Carrefour, chega lá e se torna funcionário
deles, porque o senhor tem que empacotar, tem que andar, tudo; isso é dar
emprego, Vereador? Por isso que as pequenas empresas não têm mais condições! As
pequenas empresas estão morrendo, as pequenas empresas não aguentam mais! Aí
eles chegam como os donos da área e botam todo mundo a correr.
Eu
duvido que haja alguma pequena ou média empresa satisfeita com o Carrefour no
bairro em que eles estão. Eu duvido, Ver. Haroldo! É coisa triste ser esmagado
pelos grandões. É muito triste, é triste demais! Eu tenho essa obrigação de
falar. Eu tenho certeza absoluta de que eu vou continuar batendo neles e
defendendo o pequeno empresário, aquela padaria da vila, aquela oficina da
ponta da rua, aquele minimercado, aquele açougue, a farmácia. Há pessoas que
passam trabalho com isso, Ver. Dib! Vejam quantos empregos o Carrefour deu na
Bento Gonçalves, no Passo da Areia, e quantas empresas tradicionais existiam
ali, com mais de 30 anos, que morreram, fecharam? Eu tenho várias empresas para
citar! Eu acho que eles têm que oferecer mais para a Cidade. O diretor do
Carrefour tem que dar pelo menos empacotador para os seus clientes que vão lá
comprar. Eu não sou cliente deles, eu não vou comprar deles. Não vou, porque,
comprando deles, estou colaborando para o desemprego, e eu quero colaborar para
dar mais emprego. Não é assim que se faz uma Cidade crescer. E, quando nós
temos oportunidade de ajudar, aí os críticos, os que acham que sabem tudo,
ficam criticando o Vereador.
Eu
tenho certeza absoluta, vou continuar na minha tese, vou continuar batendo e
dizer que o Carrefour faz mal para a Cidade, faz mal para o Rio Grande, faz mal
para o Brasil. Carrefour, nunca, para mim!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A
Ver. Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Adeli Sell; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, pessoal
que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, hoje, nesta data especial, 22 de
abril de 2009, eu gostaria de fazer meu registro de que, há exatamente 101
anos, nascia a Escola de Belas Artes. No dia 22 de abril de 1908, começou a ser
construída a Escola, que, naquele momento, se chamava Instituto Livre das Belas
Artes do Rio Grande do Sul, no Centro, congregando o pessoal da Música, das
Artes Plásticas e, depois, das Artes Dramáticas. E o Instituto de Artes, hoje
conhecido como Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
marcou história no nosso Estado, na nossa Cidade; fez parte dos seis primeiros
cursos que deram origem à Universidade de Porto Alegre, lá em 1934.
Em
1968, quando da construção, de fato, da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, o Instituto de Artes era um exemplo. Desde o ano passado, o movimento
estudantil, os professores e os funcionários do Instituto de Artes comemoram o
seu centenário.
E
já no ano de 2008 participamos de várias atividades, quando foram feitas
atividades artísticas, intervenções artísticas, em comemoração ao centenário.
Foi tema do carnaval de Porto Alegre, no qual a Escola Bambas da Orgia
conseguiu muito bem retratar a história do Instituto de Artes, logrando,
inclusive, o terceiro lugar no carnaval da nossa Cidade. Foram feitas
mobilizações na Reitoria da Universidade e uma Carta Aberta ao Reitor, para
colocar a situação desse Instituto tão importante, que é marca da comunidade
artística; que deixa a sua marca, ano após ano, com a formação de belos
músicos, artistas, diretores, atores, artistas plásticos, e não é só os que
passam pela Universidade Federal, com certeza, mas forma artistas da melhor
qualidade.
Sendo
assim, registrando este aniversário do Instituo de Artes, os 101 anos, é
importante colocar a situação por que passam os alunos. Tenho a certeza de que
a maior parte dos Vereadores e Vereadoras, do público porto-alegrense, já
passou pelo Instituto de Artes, que fica ali na Rua Senhor dos Passos, onde
acontecem as aulas de arte dramática; e no DAD, que fica na Av. Salgado Filho,
com entrada, também, pela Rua General Vitorino, onde o pessoal tem aulas de
arte dramática. Registro que, de fato, é dramática a situação dos estudantes,
porque a maior parte das salas de aula, onde são feitos os laboratórios de
ensaio, de expressão corporal, está sucateada. Há uma sala, Vereador, em que as
pombas tomaram conta do local do ar-condicionado; sabemos dos problemas que
podem causar nas vias respiratórias, e de alergias causadas pelas pulgas - os
piolhos-de-pomba - que caminham no espaço do DAD, onde ficam também os alunos.
Nós
sabemos que lá no IA - Instituto de Artes -, na Rua Senhor dos Passos, o
elevador demorou quase dez anos para ser reformado, porque havia o perigo de
parar no meio do caminho, como muitas vezes parou, e onde cabiam só três
estudantes por vez.
Não
se pode ampliar as vagas ofertadas pelas disciplinas, na maior parte dos
laboratórios, porque os laboratórios não comportam a quantidade de alunos
necessários. E o pessoal do Instituto de Artes vem pedindo, há anos, a
transferência do IA para o prédio que fica no ICBS da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul.
Então,
achei importante relatar essa situação, porque frente a uma data tão bonita de
comemoração dos 101 anos, depois do centenário marcado no ano de 2008, a gente
tem que se preocupar com a qualidade das acomodações dos próximos estudantes
que vão participar, que vão usufruir, que vão estudar na Universidade Federal,
e também com o Movimento Estudantil, no sentido de que ele seja ouvido,
garantindo a conquista de demandas históricas da comunidade universitária, dos
professores, funcionários e estudantes.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Lucio Barcelos está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. LUCIO BARCELOS: Meus cumprimentos ao Sr. Presidente em
exercício da Câmara, Ver. Adeli Sell; demais Vereadores e Vereadoras aqui
presentes, público que nos assiste pela TVCâmara, senhoras e senhores, eu quero
retomar um assunto que eu acho de extrema relevância para o Município, que é a
questão da área do chamado Pontal do Estaleiro ou Ponta do Melo. Eu tomei a
iniciativa de protocolar, no dia de hoje, um Pedido de Informações ao Prefeito
do Município em relação à documentação que diz respeito à transferência da área
da Ponta do Melo para a empresa Estaleiro Só S.A. Já foi aprovado nesta Casa um
Projeto de Lei do Prefeito, e houve um problema ou um processo de discussão em
relação à Emenda do Ver. Ferronato, que faz com que esse processo ainda esteja
em curso, em andamento. Acho difícil que a gente assuma, ou tome uma posição,
em relação a que medida tomar sobre a questão do Pontal, se nós não tivermos
uma definição clara e objetiva sobre o proprietário daquela área. Eu,
pessoalmente, não sei e não costumo trabalhar com a incerteza ou a falta de
segurança em relação àquele objeto que estamos trabalhando. Eu ainda não vi,
não li nenhum documento oficial que diga qual foi a forma de transferência da
propriedade daquela área do Município para a Empresa Estaleiro Só. Algumas
pessoas, alguns técnicos, dizem que ela foi uma cessão do Município para o
Estaleiro, com cláusula de reversão; outros dizem que ela foi uma doação, sem
cláusula de reversão. Ou seja, existem duas hipóteses: ou ela continua a ser
uma área pública, com cessão, com direito de reversão, portanto, do nosso ponto
de vista, o nosso objetivo é que aquela área continue sendo uma área pública,
para uso da população de Porto Alegre, para lazer, para cultura, para que a
população possa usá-la da forma mais integral possível. Se ela for uma área que
não foi cedida com direito de reversão, ou seja, ela é uma área que foi doada
integralmente, ela é uma propriedade privada, nós temos que ver qual é o
instrumento legal que nós podemos utilizar para reaver essa área para o
Município.
Então,
esse Pedido de Informações tem esse objetivo: que a Prefeitura desentranhe, que
ela mostre, apresente os documentos legais que produziram esse processo de
transferência específico dessa área do Município para a Empresa. Há documentos
aos quais nós tivemos acesso, de transferência do Estado do Rio Grande do Sul,
de um pedaço da orla, que vem do Gasômetro até a Ponta do Melo, e depois da
Ponta do Melo até a Ponta do Dionísio, que são doações do Estado do Rio Grande
do Sul para o Município. Agora, não há nenhum documento, pelo menos a que nós
tenhamos tido acesso, que demonstre ou que diga, cabalmente, qual foi a forma
de transferência dessa área do Município para essa Empresa. E para trabalhar de
uma forma clara e objetiva nós precisamos ter acesso a esse documento.
Então,
esse Pedido de Informações tem esse objetivo. Nós o encaminhamos hoje,
protocolamos o pedido, e vamos atrás dele, porque a última informação que nós
obtivemos é que os documentos não estão mais na área de patrimônio da
Secretaria da Fazenda, estão no arquivo do Município e saíram da área de
patrimônio para o arquivo sem numeração. Então, seria como achar uma agulha num
palheiro, mas nós vamos ter paciência e vamos achar essa agulha nesse palheiro
para poder, a partir daí, tomar uma posição em relação ao que fazer com aquela
área. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE:
Caro Presidente, Ver. Adeli Sell, venho à tribuna hoje externar uma grande
preocupação que se refere a três hospitais do Município de Porto Alegre.
Não
falo, Ver. DJ Cássia, dos nossos hospitais municipais, porque esses vão bem,
obrigado. O HPS, com toda a sua dificuldade de atendimento, atende muito bem à
comunidade. É um hospital de referência em trauma. E o Hospital
Materno-Infantil Presidente Vargas, que em muitas Gestões foi deixado de lado,
está sendo reerguido.
Venho
aqui falar de três hospitais. O primeiro é o Hospital Independência. A crise
que assolou a Ulbra - e todo o indicativo se refere que seja uma crise de
Gestão - fez com que se fechasse um hospital de referência em traumatologia não
especializada da Cidade. E isso é um grande problema para a Cidade, porque
esses pacientes que acabam não tendo o tratamento acolhido, lá no Hospital
Independência, vão certamente prejudicar o atendimento dos outros hospitais e
dos outros pronto-atendimentos de emergência. Falo em especial do PACS. Falo em
especial do HPS. Então, é importante que se tenha atenção com o Hospital
Independência.
O
segundo é o Grupo Hospital Conceição. Depois de ter falado 43 dias nesta
tribuna e ter solicitado à Ouvidoria sobre aquele caso concreto que referi aqui
da paciente com suspeita de câncer de útero que foi mal-atendida, ou seja, foi
atendida e disseram que ela precisava buscar recursos na frente, comparar um
serviço, comprar uma ecografia para poder retornar ao Hospital, hoje eu recebi
a resposta - 43 dias depois -, marcando a reconsulta dessa paciente para daqui
a 15 dias.
Então,
a eterna Verª Jussara Cony veio até esta Casa falar sobre o cartão corporativo
e as mazelas do cartão corporativo, mas aqui não é o fórum desse tipo de
discussão, até pode ser, mas o fórum da discussão desta Casa é o atendimento
dos pacientes de Porto Alegre, é o que interessa. O que não está ocorrendo
corretamente no Grupo Hospitalar Conceição.
É
importante também ser matéria desta Casa os equipamentos que têm sido leiloados
para pagar dívidas trabalhistas dos trabalhadores. Isso demonstra como o Grupo
tem tratado os seus trabalhadores. Então, é importante ter uma Ouvidoria, mas é
importante ter uma Ouvidoria que dê resposta para estes Vereadores e para a
comunidade da Cidade.
O
terceiro, é o Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Senhores, o Hospital de
Clínicas é uma empresa pública de direito privado. Lá no Hospital de Clínicas
existem mais de 750 leitos; 648 desses leitos são SUS e 108 são privados e
convênios. Sempre que se fala em convênio, tem-se que pensar que isso é
dinheiro público: convênio é do IPE, é da Associação dos Funcionários Públicos,
é dinheiro que os funcionários retiraram das suas remunerações, então é
dinheiro público, que volta para o Hospital; não é dinheiro privado.
Se
a ação da Procuradoria Federal tiver êxito, o que vai acontecer com o Hospital
de Clínicas é que se vai acabar fechando quase 50 leitos, exatos 48 leitos por
mês, porque esses 108 pacientes de convênios e privados é que custeiam o
excesso que o SUS acaba não pagando. E aí quando as pessoas falam: “Nós, então,
vamos repactuar isso para que o Hospital possa cobrir”, isso é enganação. A
pactuação desses 600 leitos já é difícil, imaginem se a gente pleitear a
ampliação; é certo que isso vai demorar bastante tempo.
Então,
contra o fechamento de leitos, contra a mudança de gestão, que tem sido exitosa
no Hospital de Clínicas, para que não se tome uma gestão temerária, como tem
ocorrido em outros hospitais; contra a piora de atendimentos a funcionários do
próprio Hospital de Clínicas, contra a piora no atendimento e na pesquisa no
Hospital de Clínicas e no atendimento aos pacientes é que a gente se pronuncia
nesta tribuna, com o objetivo de alertar a população de Porto Alegre para o não
fechamento desses leitos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Solicito a abertura do painel eletrônico para a verificação de quórum,
solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
Não
havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h06min.)
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